O
uso do crack vem crescendo assustadoramente no Brasil nos últimos anos,
e Fortaleza, infelizmente, não foge a essa regra nacional. Uma pesquisa
desenvolvida pelo Núcleo de Informação, Pesquisa e Banco de Dados da
Coordenadoria de Políticas sobre Drogas (CPDrogas), ligado à Prefeitura
de Fortaleza, acaba de divulgar que o crack é a droga mais consumida na
Capital cearense.
O
levantamento revela que 82% dos usuários são do sexo masculino e 76%
têm entre 19 a 45 anos. No registro de consumo de múltiplas drogas são o
crack e o álcool, seguidos pela cocaína e a maconha. Os dados também
apontam o grau de escolaridade desses usuários, 38% não completaram o
Ensino Fundamental. As regionais IV, V, VI tiveram um maior índice de
atendimentos.
Nos
atendimentos por telefone, os dados mostram que 91% das ligações são de
familiares, parentes e amigos. As substâncias psicoativas mais citadas
são o álcool e o crack, e a comobirdade revelada é a tuberculose. Os
bairros mais atendidos são das regionais III, V e VI. Outras informações
são discriminadas nos levantamentos, como: tempo de uso, desejo de
tratamento, instituições por que já passaram, atendimento por regionais,
entre outras.
Futuros projetos
De
acordo com a titular da CPDrogas, Juliana Sena, o levantamento é
fundamental para embasar futuros projetos e ações que devem ser voltados
para o atendimento das necessidades da população. “Estamos trabalhando
com um plano de ações integradas, no qual a prevenção, o tratamento e a
ressocialização caminhem juntos no enfrentamento às drogas na cidade”,
ressalta.
Sena
ainda explica que, mesmo considerando estas recorrências apontadas pelo
levantamento, não existe um perfil único dos usuários. “Pessoas de
diferentes faixas etárias, de qualquer nível de escolaridade,
pertencentes a qualquer classe social podem fazer uso de drogas e as
causas são as mais diversas. Existem inúmeros fatores psicológicos,
emocionais, genéticos, sociais, entre outros, que influenciaram um
indivíduo a se tornar dependente químico”.
No Brasil
Um
levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), ligada ao
Ministério da Saúde em parceria com a Secretaria Nacional de Políticas
sobre Drogas (Senad), do Ministério da Justiça, revela que, em 2013,
cerca de 370 mil brasileiros de todas as idades usaram regularmente
crack e similares (pasta base, merla e óxi) nas capitais ao longo de
pelo menos seis meses em 2012.
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