Tem alguem pensando no centro de Fortaleza

Prefeitura delimita espaço para ambulantes

“Uma confusão”. É assim que a ambulante Ebonite Lima, define o Centro de Fortaleza. Com as tradicionais festas de fim de ano chegando, o movimento do comércio aumenta na região, e com ele, os típicos problemas, que perduram o ano inteiro, Para tentar organizar este comércio, que conforme a Prefeitura tem apenas 1.451 vendedores regularizados, a Secretaria Regional do Centro (Sercefor), ordenou, no mês passado, através da Portaria N° 54/2013, a delimitação, através de faixas amarelas e vermelhas, dos espaços públicos destinados ao comércio ambulante nas ruas e logradouros do Centro.
Com faixas pintadas no chão, os ambulantes, há cerca de um mês, vêm adaptando-se aos espaços. A medida, segundo o secretário Executivo da Regional do Centro, Ricardo Sales, é educativa, mas o não cumprimento pode resultar em advertências e até em apreensões. “Delimitamos a área onde os vendedores devem ficar confinados. Isso vai fazer com que os corredores fiquem livres para a passagem dos pedestres”, explicou.
Segundo Ricardo, as delimitações já foram feitas nas Ruas Guilherme Rocha, Liberato Barroso, Pedro Borges, Perboyre Silva e em parte da Rua General Sampaio. “Foi feita a inserção de duas linhas amarelas ao longo das galerias. Também demarcamos vários espaços em vermelho, que são áreas de faixas de passagens, onde os ambulantes não podem se estabelecer”, completou.
Os encontros das calçadas com as ruas também receberam a marcação. Os camelôs que ocupavam, irregularmente, esses locais também tiveram que se adaptar para garantir a mobilidade dos pedestres. De acordo com a Secretaria, ainda não há previsão de conclusão das delimitações em todas as ruas, mas, Ricardo destacou que até o final de 2013, as Ruas 24 de Maio, Senador Pompeu, Barão do Rio Branco, Major Facundo, Floriano Peixoto e Solon Pinheiro deverão receber as faixas.

AMBULANTES COMEMORAM
Carlos Adriano, Ivonete Lima, Paulo Rodrigues e vários outros vendedores que atuam no Centro aprovam a medida adotada pela Secretaria. Eles dizem acreditar que a ação deixará o Centro mais organizado, com espaços para pedestres e ambulantes. “Aqui é o nosso lugar de trabalho, antes das delimitações era uma confusão, claro que muita coisa ainda tem que ser feita, mas só em organizar os espaços, já é um bom começo”, comentou Ivonete Lima.
A atendente de telemarketing Ana Patrícia, que vai ao Centro toda semana, contou que já sentiu diferença ao transitar nas galerias. “Eu sempre venho ao Centro, seria muito bom, se fosse tudo organizado. É muito ruim andar desviando das bancas, das mercadorias que ficavam espalhadas no chão. Está melhor em algumas ruas e eu espero que melhore muito mais”, defendeu.
FISCALIZAÇÃO
INTENSIFICADA
Para este período, que antecede as festas de final de ano, de acordo com o representante da Secretaria do Centro, foram contratados mais 50 auxiliares de fiscalização. No total, agora, a Prefeitura dispõe de 170 auxiliares de fiscais e 41 fiscais para atuar diariamente no Centro. “Além dos fiscais, fizemos reunião com a Guarda Municipal, AMC e com a Polícia Militar e eles também se comprometeram a aumentar a estrutura de apoio a nossas ações”, acrescentou Ricardo.
No caso de descumprimento das delimitações, o secretário informou que serão tomadas medidas administrativas. “Nossa gestão prima pelo trabalho educacional, então não tomaremos uma medida extrema sem antes educar. Mas, caso persista o problema, tomaremos medidas administrativas, como a advertência, e em último caso, a apreensão da banca e da mercadoria”, ressaltou.
CAMELÓDROMOS DEVEM ABSORVER AMBULANTES
Apesar de ser plausível a medida de colocar faixas delimitando os espaços dos ambulantes, é ainda uma ação pequena diante das dificuldades causadas pela ocupação desordenada no Centro. Segundo Ricardo Sales, uma solução para estes ambulantes não regularizados seria a construção de camelódromos.
Atualmente, existem dois projetos de estruturação de empreendimentos do tipo em discussão. Um deles, segundo o secretário, é a ocupação do Edifício Philomeno Gomes, conhecido por ter abrigado o Lord Hotel, nas proximidades da Praça José de Alencar. “É um equipamento do Estado que está sendo negociado pela Prefeitura, para que o prédio fique sob nossa administração. A ideia é que ele se transforme em um shopping popular para absorver os ambulantes daquela área”, contou.
O outro é a transformação do chamado “Buraco da Jia”, espaço que, atualmente, sedia uma feira de confecções, na Rua José Avelino, próximo à Catedral Metropolitana em um camelódromo. “Pelo projeto da Linha Leste do Metrô, o Buraco da Jia será a primeira estação. A perspectiva é que em cima dessa estação seja erguido outro camelódromo, também para abrigar ambulantes que hoje ficam no entorno”, completou.
Jessica Fortes

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