Pe. Zé vai de Francisco pra lamentar guerra no Oriente Médio


PADRE ZÉ FAZ PRONUNCIAMENTO SOBRE OS CONFLITOS NO ORIENTE MÉDIO
O Deputado José Linhares(PP/CE), proferiu na Sessão Extraordinária da Câmara dos Deputados de ontem, 11/12, um pronunciamento sobre os conflitos no Oriente Médio. Nele o parlamentar destaca o papel do Papa Francisco que “exortou os grupos em conflito a se conscientizarem sobre a inutilidade da guerra”.
Confira abaixo a íntegra do discurso:
OSr. JOSÉ LINHARES (PP-CE) pronuncia o seguinte discurso: Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, os objetivos oficiais usados para justificar as guerras encobrem, em verdade, interesses perversos. A história da humanidade está pontuada de episódios trágicos, em que a intolerância, o ódio, o comércio de armas e a ganância por poder deixaram rastros de morte e destruição.
Mais uma vez, o mundo assiste estarrecido à escalada de conflitos no Oriente Médio, com a possibilidade latente de eclosão de uma guerra que mobilizaria forças armadas de diversos países. A situação conflituosa na Síria tem causado comoção na comunidade internacional, que cobra uma solução pacífica para a crise.
Segundo o Alto Comissariado da Organização das Nações Unidas para os Direitos Humanos, cem mil pessoas foram mortas desde março de 2011, quando começou o levante contra o presidente sírio Bashar al-Assad. Estima-se que 6,8 milhões de pessoas necessitem de assistência humanitária urgente, incluindo 3,1 milhões de crianças. Mas, por enquanto, não se vislumbra uma solução consensual e dialogada para pôr fim ao enfrentamento entre as diferentes facções muçulmanas que disputam o poder no país.
Centenas de milhares de pessoas tentam fugir dos campos de batalha, procurando abrigo em regiões mais tranquilas na própria Síria ou em países vizinhos. O denso deslocamento populacional e a higiene precária aumentam o risco de disseminação de muitas doenças. Para agravar a situação, quase 60% dos hospitais públicos foram danificados ou destruídos e 37% estão fechados, segundo a Organização Mundial de Saúde. Como se não bastasse essa triste realidade, relatório das Nações Unidas indicou que armas químicas foram mesmo usadas em um ataque que resultou na morte de cerca de 1.400 pessoas, no último mês de agosto.
Recentemente, o Papa Francisco exortou os grupos em conflito a se conscientizarem sobre a inutilidade da guerra. Em um discurso em que conclamou os católicos do mundo todo a rezarem pelos sírios, o Santo Padre enfatizou que é preciso dar fim às guerras, aos conflitos entre povos irmãos.
De fato, Senhor Presidente, devemos todos repensar a “lógica” que nos move. Por meio da oração, da elevação de nossos pensamentos, da meditação, temos – cristãos e não cristãos – que colocar nossas ações a serviço da paz e do bem comum, não de outros interesses.
Em consonância com o que tem pregado o Papa Francisco, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, tem reiterado o pleito por uma solução para a crise na Síria que não seja o uso de forças militares.
Compartilho das visões do Santo Padre e do diplomata das Nações Unidas. A oferta de armas para qualquer um dos lados não é a solução para o fim da violência que assola o país e se espraia pelos vizinhos Líbano, Jordânia, Iraque, Turquia e pelo norte da África.
Em vigília convocada pelo Papa Francisco, cerca de cem mil católicos se reuniram na Praça São Pedro, no Vaticano, recentemente, para rezarem juntos pela paz na Síria. O ato de fé e oração foi bem acolhido por numerosas comunidades islâmicas que também creem em uma saída pacífica para a grave crise.
Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, nesse contexto de beligerância, de desentendimentos e de injustiças que têm provocado a morte de milhares de civis, o Brasil deve se posicionar firmemente na defesa da paz. Somos uma nação que tem como marca a convivência pacífica entre povos de diferentes origens e o acolhimento das mais variadas doutrinas religiosas. Nossa diplomacia tem, pois, de levar essa nossa experiência para as instâncias internacionais de negociação, e defender, energicamente, a construção de um entendimento que se ampare no diálogo e no respeito ao próximo.
Ajudemos a manter hasteada a bandeira da paz. Trabalhemos e oremos para que cesse a devastação de vidas humanas e surja, como bem frisou o Papa Francisco, “uma justa solução para o conflito fratricida”. Não se trata de uma luta inglória. Com fé, paciência e perseverança, podemos transformar o mundo. Para que a paz reine e os indivíduos se aceitem como irmãos.
Era o que tinha a dizer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário