Francisco Teixeira falou no Senado
sobre segurança hídrica, em audiência pedida por José Pimentel
A Comissão de
Infraestrutura e a Subcomissão de Obras de Preparação para a Seca (Ciposeca)
ouviram nesta quarta-feira (20/11) o ministro da Integração Nacional, Francisco
Teixeira. A audiência atendeu sugestão do presidente da Ciposeca, senador José
Pimentel (PT-CE), que também é o líder do governo no Congresso.
Ele destacou a
importância da reunião neste momento crítico, em que a Região Nordeste vive a
maior seca dos últimos 50 anos. “Um dos problemas gravíssimos é a falta
de água para o abastecimento humano. Temos uma série de cidades sendo
abastecidas por carros pipa, a exemplo de Parambu (CE), que recebeu água doada
do Piauí”, informou Pimentel. Na opinião dele, a única garantia de
recursos hídricos para a região é a interligação do Rio São Francisco com as
bacias do Nordeste Setentrional.
O ministro
Francisco Teixeira concorda. Ele acha que a seca atual demonstra a necessidade
da transposição do São Francisco, obra que “caminha a pleno
vapor”, segundo o ministro. “Sete mil pessoas estão trabalhando na
construção dos dois canais”, disse. Os canais em obra, o Norte e o Leste,
levarão água ao interior de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
“Este é o princípio do projeto São Francisco: aumentar a garantia de água
para 390 municípios, beneficiando cerca de 12 milhões de habitantes”
explicou Teixeira.
Além dessa
“obra estruturante”, o ministro da Integração informou que o
governo federal apoia os estados na construção de cisternas, poços, barragens e
adutoras, ações ligadas ao programa ‘Água para Todos’, que pretende
atender a população rural.
Reuso
da água
– Uma das alternativas sugeridas pelo senador Pimentel na audiência foi a
reutilização da água nos perímetros irrigados. Ele explicou que, neste período
de seca, a prioridade é o abastecimento humano. Com isso, os produtores acabam
perdendo seus investimentos, em razão da falta de água.
Francisco
Teixeira respondeu que a tendência mundial hoje é exatamente usar tecnologias
que permitam o reuso da água e a dessalinização da água do mar. Mas esta
última, com os investimentos em pesquisa feitos por Israel e Estados Unidos,
está saindo pela metade do custo do tratamento para a reutilização da água, de
acordo com o ministro.
Pimentel também
questionou a possibilidade de interligar outras bacias hidrográficas, como a do
Rio Tocantins. Teixeira respondeu que essa seria uma alternativa adequada, mas
de difícil execução, tendo em vista a existência de mais de uma dezena de
unidades de conservação nas proximidades daquele rio e de seus tributários.
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