Tá no Josias

Para a CUT, ‘Barbosa quer ver Genoino morto’

Vagner Freitas. Presid CUT
Presidente nacional da CUT, Vagner Freitas veiculou no site da maior central sindical do país um artigo no qual dirige ao ministro Joaquim Barbosa duras críticas, ofensas e acusações. Já no título, insinua que o presidente do STF é um homicida: “Joaquim Barbosa abusou: quer ver Genoino morto.”
Para o sindicalista, Barbosa “está escrevendo a história de um magistrado que atropelou a lei.” Enxerga-o como personagem “psíquica e intelectualmente despreparado para o cargo que ocupa.” Acusa-o de colocar “seus interesses pessoais, rancores e desejos de vingança acima da Constituição.” Do que se vinga Barbosa? O sindicalista não diz.
Vagner Freitas realça no texto que não fala apenas em seu próprio nome. Escreve “como presidente da CUT e representante de mais de 23 milhões de trabalhadores.” Foi nessa condição que tachou de “crueldade” o encarceramento de Genoino, “um cidadão com um currículo e uma biografia exemplares e que está extremamente doente…”
O mandachuva da CUT classifica o tratamento dispensado a Genoino como “sua segunda tortura”. A primeira “foi no Araguaia”, anota Vagner Freitas, evocando o passado guerrilheiro do ex-clandestino do PCdoB, hoje condenado pelo crime de corrupção ativa.
“Genoino precisa ser imediatamente solto ou cumprir prisão domiciliar”, acrescentou o presidente da CUT. “Esta é uma questão humanitária. O estado de saúde dele é gravíssimo e todos sabem disso.” O artigo foi pendurado na web nesta quinta (21), mesmo dia em que Barbosa expediu autorização temporária para que Genoino se trate fora da penitenciária da Papuda —no hospital ou em casa.
O texto de Vagner Freitas é prisioneiro de um paradoxo. Ele enaltece “a liberdade de ação” que a Polícia Federal e os órgãos de controle tiveram “nos últimos dez anos”, sob Lula e Dilma Rousseff. Simultaneamente, desqualifica as provas que, reunidas pela PF e pela Procuradoria da República, permitiram ao STF condenar os mensaleiros.
Na opinião do presidente da CUT –ou dos “23 milhões de trabalhadores” que ele supõe representar— o STF produziu durante os oito anos de tramitação da ação penal do mensalão apenas “execração pública, decisões arbitrárias, autoritárias e sem base legal.” Nessa versão, o trabalho da PF e dos procuradores-gerais da República nomeados por Lula não passa de lixo.
Vagner Freitas prossegue: após desaguar na “condenação sem provas” de José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares, o julgamento “terminou com o mais deprimente espetáculo de violação de direitos constitucionais: a prisão ilegal, em pleno feriado de Proclamação da República, dos companheiros” petistas.
Considerando-se que tomaram parte do julgamento do mensalão oito ministros indicados por Lula e quatro acomodados no Supremo por Dilma, pode-se intuir que o companheiro Vagner faz um péssimo juízo dos critérios de escolha dos presidentes da Era petista.

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