MP investiga fraude em táxis do Aeroporto
De acordo com o promotor Ricardo Rocha, titular da 25ª Promotoria, mas que está auxiliando a investigação na 26ª, em setembro deste ano, o MP recebeu a denúncia sobre o preenchimento irregular das vagas. Conforme o promotor, uma pessoa que preferiu não ser identificada revelou que, apesar de ter sido classificada, não chegou a ser contemplada pelo Edital Nº 01/2009, que regeu o preenchimento das concessões de vagas de táxis em Fortaleza, em 2009.
A denúncia dá conta ainda que alguns aprovados na licitação “são titulares de pessoas jurídicas, bem como ligados à administração pública.” Ainda segundo o denunciante, as quatro vagas excedentes são utilizadas “por pessoas que não participaram da licitação e não eram permissionárias anteriormente”. O relato revela também que esses taxistas “têm ligação com um vereador”. As acusações foram confirmadas por outro denunciante, que segundo o promotor Ricardo Rocha, dispõe inclusive de documentos.
FRAUDE
Ao analisar as acusações, o promotor constatou que a Lei 9.430 de 15 de Outubro de 2008, publicada no DOM do dia 22 de Outubro de 2008, de fato, fixa em 80 o número de vagas especiais para o Aeroporto, porém, no dia 12 de Novembro de 2008 a Lei foi republicada, sem nenhuma justificativa, aumentando, em quatro, o número de vagas. “Isto constitui fraude. Em caso de incorreção, a Lei deve ser reimpressa, mas, com o aviso e não é esse o caso. Vamos pedir a abertura de um inquérito policial para descobrir quem fez isso e vamos processá-lo criminalmente”.
Hoje, o Ministério Público irá oficiar ao prefeito Roberto Cláudio e ao presidente da Câmara Municipal, Walter Cavalcante, sobre o caso, bem como recomendar a republicação da Lei, em seu texto original. O secretário de Segurança Pública e Defesa Social, Servilho de Paiva, será acionado para que seja aberto o inquérito policial.
CRIMES E INVESTIGAÇÕES
Conforme Ricardo Rocha, em tese, a irregularidade configura crime de fraude a licitação, inserção de dados falsos em documentos públicos e estelionato. Apurados os crimes na vertente penal, o MP fará uma denúncia crime e pedirá a prisão do (ou dos) responsáveis. Enquanto isso, a investigação correrá também na área cível, onde, provavelmente, o MP deve pedir o ressarcimento ao erário público.
Em relação às outras três vagas, ocupada por detentores de mandados de segurança, o MP vai solicitar que a Prefeitura “rebata” essa autorização, retirando as vagas e regularizando a situação.
RESPOSTAS
O presidente do Sindicato dos Taxistas do Ceará (Sinditáxi), Vicente de Paula Oliveira, disse saber que as 84 vagas são usadas no Aeroporto, mas, ponderou que o Sindicato não tem “força para apurar esse tipo de situação”. Vicente enfatizou que apoia a investigação de irregularidade e a exemplo desta acredita que “quem cometeu alguma infração deve pagar”.
Já o presidente da Coopaero (Cooperativa que opera os táxis especiais do Aeroporto), Francisco Quirino, foi contatado, mas, alegou indisponibilidade para entrevista, ontem. Avisado sobre a denúncia, Quirino declarou que, posteriormente, poderia falar sobre o caso e explicar a situação.
A Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza também foi acionada, porém, explicou, por e-mail que não irá manifestar-se até que a Prefeitura seja notificada oficialmente. O jornal O Estado entrou em contato com a Assessoria de Comunicação da Câmara Municipal, porém, até o fechamento desta edição, não obteve nenhum posicionamento oficial do órgão.
SERVIÇO
Os Diários Oficiais do Município podem ser acessados em: www.fortaleza.ce.gov.br/diarios-oficiais
Secretaria Executiva das Promotorias Cíveis do Ministério Público
Endereço: Rua Assunção, 1240 – José Bonifácio
Fone: 3252-6710
THATIANY NASCIMENTO
thatynascimento@oestadoce.com.br
Penso eu - Já que o MP está com a mão na maçaneta, investiga tambem como são escolhidos os pontos de táxis que hoje dominam as principais vias da cidade, como Beira Mar e adjacencias e o entorno de todos os pontos importantes da cidade. Quem é mesmo que autoriza placas e sinalizações e como isso é feito. É só um ponto. Depois tem mais.
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