Fosse só 10%...


Copom eleva valor da Selic para 10% em sua reunião
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu, por unanimidade, elevar, ontem, a taxa básica de juros (Selic) de 9,5% para 10% ao ano. Este foi o sexto aumento seguido, desde abril, quando a taxa estava em 7,25%, no nível mais baixo desde que o Copom foi criado, em junho de 1996. A elevação de 0,5% já era esperada pelos analistas financeiros. Além disso, as atas das últimas reuniões do Copom mostram tendência de manutenção do processo de aperto monetário.
Ontem, o colegiado de diretores do BC reafirmou a disposição de dar continuidade à elevação da taxa de juros para conter a demanda consumista no mercado doméstico e impedir o avanço da inflação, que acumula 5,84% nos últimos 12 meses. Ao fim da última reunião do ano, o Copom destacou que “dando prosseguimento ao processo de ajuste da taxa básica de juros, iniciado na reunião de abril, decidiu por unanimidade elevar a taxa Selic para 10% ao ano, sem viés”.
A taxa básica de juros do Brasil, a mais alta do mundo, aumentou mais um pouco, com impacto imediato na dívida pública. De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), cada subida de 0,5 ponto percentual na Selic, equivale a acréscimo aproximado de R$ 3 bilhões/ano, na dívida. A Selic cresceu 2,75% no ano - passando de 7,25%, em abril, para os atuais 10% -, e as expectativas dos analistas financeiros apontam novos aumentos no início de 2014.
CICLO ELEVATÓRIO
Por conta da alta da inflação, neste ano, o Copom começou, em abril, o ciclo de elevação da Selic. Naquele mês, a taxa básica passou de 7,25% ao ano (a.a.) para 7,5%. A partir da reunião de maio, o ajuste passou a ser maior, de 0,5 ponto percentual. Até agora, foram quatro elevações nesta média.
No ano passado, a atuação do comitê era muito diferente. O Copom deu continuidade ao processo de cortes na Selic, iniciado em agosto de 2011, quando a taxa caiu 0,5%, ficando em 12% a.a.. O Copom fez vários cortes na Selic, que fechou 2012 em 7,25% ao ano, o nível mais baixo de sua história.
Em outubro do ano passado, quando fez o último corte desse ciclo, a maioria dos membros do Copom entendia que ainda era preciso reduzir a Selic, e assim, estimular a economia, que sofria efeitos da crise econômica internacional. Naquela época, o Copom afirmou que “restavam incertezas quanto à velocidade de recuperação da atividade, em grande parte, em decorrência das perspectivas de que o período de fragilidade da economia global seja mais prolongado do que se antecipava, com repercussões desinflacionárias sobre a economia doméstica”. Este ano, o comitê avaliou que precisava conter a inflação e assegurar a tendência de declínio dos preços para o próximo ano. E assim, iniciou-se o ciclo de alta.
A taxa básica é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Quando o Copom aumenta a Selic, o objetivo é conter a demanda aquecida, e isso gera reflexos nos preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Ao reduzi-los, o crédito fica mais barato, incentivando a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação.

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