Especialistas brasileiros e estrangeiros discutem o AVC em Congresso Brasileiro, em Fortaleza.

 A-V-C são consideradas letrinhas do perigo que, juntas, traduzem o acidente vascular cerebral (popularmente conhecido como derrame), a doença que mais mata no mundo, superando até índices de infarto, câncer e da AIDS! Pouco se fala, mas em mulheres, mata mais que o câncer de mama e de colo de útero. Em homens, os índices superam os do câncer de próstata. Por ano, são 6 milhões de mortos em todo o planeta. 68 mil deles, brasileiros. 4.208, cearenses, de acordo com o Núcleo de Informação e Análise, da Secretaria de Saúde do Estado.
Até chegar ao estágio fatal, a doença, geralmente, aparece no meio do caminho do (a) paciente de uma forma silenciosa, meio despretensiosa, dependendo do tipo, se isquêmico ou hemorrágico. Começa muitas vezes com uma súbita dor de cabeça. Depois, aparecem tontura e vômito. Em seguida, o desmaio até a chegada a tempo ao hospital. Tudo isso porque os pacientes, simplesmente, não lembram de cuidar da saúde. Ou seja: de controlar a pressão arterial, o colesterol e a diabetes; fazer o acompanhamento regular com o médico e se alimentar de forma saudável.
Situações parecidas vivenciaram as atrizes Sharon Stone e Sylvia Kristel. Em 2011, o treinador do Vasco, Ricardo Gomes, teve que ficar fora da partida contra o Flamengo, por conta de um AVC. O consagrado cantor da música popular brasileira, Emílio Santiago, não resistiu às complicações decorrentes de um derrame e morreu aos 66 anos, no último dia 20 de março. No início do ano, o cantor baiano Netinho sofreu dois derrames, passou por duas cirurgias a fim de remover coágulos do cérebro e ainda se recupera.
O A-V-C, inclusive, tem deixado muita gente incapacitada por conta das sequelas que pode provocar. Vai depender da demora em perceber os sintomas, diagnosticar a doença e tratá-la. O Ceará tem registrado por ano cerca de 18 mil casos. Desses pacientes, 25% perderam a vida; 25% estão severamente incapacitados ou restritos ao leito; 25% moderadamente incapacitados e somente 25% podem voltar ao trabalho, de acordo com informações do Comitê Estadual de Atenção às Doenças Cerebrovasculares.
A boa notícia é que 92% dos AVC´S podem ser evitados e, mesmo que ocorra, há chances de diminuir em 30% as mortes e em 50% a incapacitação decorrentes. “Tratando ou prevenindo os chamados fatores de risco (pressão alta, tabagismo, obesidade, colesterol elevado, sedentarismo, diabetes, etc) e atendendo os pacientes com AVC em unidades especializadas, as chamadas Unidades de AVC, os países desenvolvidos já conseguiram rebaixar o AVC para a quarta causa de morte”, ressalta João José Carvalho, coordenador da Unidade de AVC do Hospital Geral de Fortaleza e presidente do IX Congresso Brasileiro de AVC que acontece de 13 a 16 de novembro, no Centro de Eventos do Ceará.
Trata-se do maior evento sobre o assunto na América Latina e vai contar com programação científica com renomes nacionais e internacionais, que vão discutir desde a relação da toxina botulínica com o AVC ao controle dos fatores de risco, por exemplo. O encontro deve atrair para Fortaleza, 2.500 profissionais de todo o País e de países vizinhos, em discussões sobre os mais recentes avanços no tratamento das doenças cerebrovasculares. “Nesse contexto, o Estado do Ceará tem avançado muito e com suas iniciativas pioneiras é hoje exemplo para o país além de referência para a Política Nacional para o AVC, lançada em 2012, pelo Ministério da Saúde”, acrescenta.
O Ceará foi o primeiro estado a dispor de uma coordenação específica de enfrentamento ao AVC, no caso, o Comitê de Atenção às Doenças Cerebrovasculares; garantir o acesso à medicação para os pacientes em estágio agudo da doença e definir rede de assistência, com unidades em hospitais públicos (Hospital Geral de Fortaleza, Hospital Regional do Cariri e Hospital Regional de Sobral).


Mais informações:
Assessoria de Imprensa do IX Congresso Brasileiro de AVC
Katiuzia Rios

Nenhum comentário:

Postar um comentário