A saúde da capital


Dos 65 postos, 20% foram reformados
Cerca de R$ 49 milhões oriundos do Ministério da Saúde e da Prefeitura de Fortaleza, estão sendo aplicados nas reformas de 65 dos 92 postos da Capital. Dos 65 previstos para serem reestruturados, 13 já foram entregues nas Regionais I, III, V e VI. Humanização dos atendimentos, disponibilização de profissionais para trabalhar de 7h às 19h e regularização do estoque de medicamentos, são promessas feitas pela atual gestão, para reformulação das unidades. Pacientes torcem e aguardam que tais prerrogativas básicas sejam, de fato, cumpridas. Enquanto outros esperam que as melhorias sejam estendidas às demais unidades. 
“É preciso acolher bem o paciente”, ponderou Tadeu Catunda, coordenador do Posto de Saúde Alarico Leite, localizado no bairro Passaré, inaugurado em junho deste ano. Diariamente, o equipamento recebe cerca de 400 pacientes. “A gente já percebe uma carência enorme da população, eles já chegam com tanta dificuldade, com as limitações da vida, e o mínimo que podemos oferecer, é ofertar um atendimento humanitário, com a qualidade devida”, disse.
O coordenador explicou ainda que o primeiro procedimento realizado, todas as manhãs, é o acolhimento dos pacientes em um auditório, e, em seguida, o direcionamento aos devidos departamentos. “A reforma realmente nos deu uma ambiência melhor e conforto. Os pacientes sentem-se bem ao chegar aqui e ver a casa arrumada”, ressaltou.
MAIS MÉDICOS
Para preencher a lacuna dos profissionais médicos e dar conta da carga horária estendida de funcionamento que é de 12 horas, o posto Alarico Leite foi contemplado com um profissional, do programa Mais Médicos, do Governo Federal.
O cubano Ariel Lista Bregio, 46, que já trabalhou em países como a Guatemala, Bolívia e Venezuela afirma que só pessoas “desumanas” é que enxergam o Programa como algo negativo. “Nos formamos para ajudar as pessoas, e nesse momento, o Brasil necessita de ajuda para melhorar o Sistema Único de Saúde, onde tal carência, atinge milhares de brasileiros”, defendeu.
Na primeira etapa do Programa, os postos de saúde de Fortaleza receberam 15 profissionais. Na última segunda-feira (4), 42 médicos foram acolhidos pelo Governo do Estado e pela Prefeitura. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), na próxima semana, os profissionais já estarão atuando em diversos postos da Capital.
A dona de casa, Maria de Conceição, 55, que, na manhã ontem, necessitou do atendimento odontológico do Posto de Saúde Edmar Fujita, localizado no bairro Passaré, também inaugurado no último mês de junho, elogiou o atendimento e funcionamento do equipamento. “Antes, se eu necessitasse de uma consulta urgente de um dentista, via a falta de interesse dos profissionais e passava a manhã todinha na fila”, relatou.
Fátima acrescentou ainda que não precisou chegar de madrugada para ser atendida. “Vejo que mudanças estão sendo feitas, e que elas sejam implantadas definitivamente, não sendo apenas ações politiqueiras, onde a cada governo muda”, pontuou.
OUTRA REALIDADE
Diferente da realidade dos postos reformados, os pacientes que necessitam dos serviços dos equipamentos que aguardam por reformas e ampliações, sofrem com a estrutura precária, ausência de medicamentos e até de profissionais.
A dona de casa Joscélia Barros, 28, que mora no Carlito Pamplona e necessita dos serviços do Centro de Saúde Floresta, no Álvaro Wayne, afirmou que, muitas vezes, chega ao posto e depara-se com ele fechado. “Eu tenho um filho de um ano, nunca recebi uma visita dos agentes de saúde na minha casa. Muitas vezes chego ao meio da tarde e ele já está fechado”, denuncia.

MAIS OBRAS E REFORMAS
Hoje, o prefeito Roberto Cláudio e a secretária Municipal de Saúde, Socorro Martins, assinam as ordens de serviço para a construção de um novo posto de saúde no bairro Quintino Cunha e para a reforma da Unidade Eliézer Studart, no bairro Autran Nunes, na Regional I.
Conforme a Prefeitura, o novo posto de saúde do Quintino Cunha será a 10ª unidade em construção desde o início da gestão, de um total de 25 a serem construídas. As novas unidades terão ambientes climatizados, câmeras de segurança, atendimento informatizado, consultórios, salas de espera, de vacinação, de coleta de exames e para agentes comunitários e de endemias.
Dentre as regionais, a VI, atualmente, é a mais beneficiada com os novos postos. Oito equipamentos já foram reformados e ampliados na região, que é uma das mais populosas da Capital. De acordo com a Prefeitura, 11 novos postos serão construídos na Regional e devem ser entregues até o início de 2014.
ROCHANA LYVIAN
rochana@oestadoce.com.br

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