Tá no Brickmam


Segurança enlouquecida


Espionagem, vá lá: todas as potências espionam e, quando são apanhadas em flagrante, como os Estados Unidos no caso do Brasil, pagam o mico (o que não as impede de continuar espionando). Mas agora o caso é de doideira pura: a detenção por cinco horas da correspondente de O Estado de S.Paulo em Washington, Cláudia Trevisan, é absolutamente inacreditável e inaceitável.

O crime da repórter foi esperar, do lado de fora da sala onde se realizava o seminário Constitucionalismo Global 2013, na Universidade Yale, a saída do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa. Cláudia Trevisan só não assistiu ao seminário porque era fechado à imprensa. Antes que Barbosa saísse, foi detida, algemada, mantida incomunicável durante cinco horas e autuada por "transgressão criminosa", seja lá isso o que for. É muito improvável que a repórter, profissional da maior experiência, tenha se comportado de maneira inadequada: já foi correspondente na China, passou pela Birmânia, viajou pela Coreia do Norte, e nunca teve qualquer tipo de problema.

O Estado de S.Paulo protestou contra "a prisão arbitrária", manifestou sua indignação à Escola de Direito da Universidade Yale, pediu resposta a cinco perguntas sobre o que lá ocorreu de fato e pediu acesso às imagens das câmeras de segurança do prédio, para demonstrar que não houve qualquer desacato de sua repórter ao policial, nem se registrou qualquer comportamento inconveniente.

O mais estranho é que homens armados costumam invadir escolas e universidades americanas e matar alunos indiscriminadamente. Já uma repórter competente e profissional, armada só com seu bloco de anotações, enfrenta esse tipo de problema. Processo neles!

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