Essa prática neutraliza benefícios garantidos
aos pequenos empreendedores, diz Pimentel
A substituição tributária tem sido o
principal entrave ao fortalecimento das micro e pequenas empresas instaladas no
país. A avaliação do senador José Pimentel (PT/CE) foi feita nesta quinta-feira
(10/10), na Câmara dos Deputados, durante seminário nacional sobre alterações
no Estatuto das Micro e Pequenas Empresas. As mudanças estão previstas no
Projeto de Lei Complementar 237/2012, em tramitação no Congresso Nacional.
Segundo Pimentel, somente a partir da
aprovação desse projeto será possível estabelecer novos parâmetros de mediação
com o Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz), os municípios, os
estados e o governo federal. “Precisamos enfrentar com muita firmeza a
substituição tributária. Não podemos aceitar que os governos estaduais
continuem premiando as grandes empresas com incentivos fiscais, enquanto
penalizam os pequenos empreendedores, ao neutralizar os benefícios da lei do
Simples Nacional”, disse.
Pimentel ressaltou que as micro e pequenas
empresas geram mais empregos e têm sido responsáveis pelo aumento da
arrecadação de ICMS nos estados. O bom desempenho do setor na geração de postos
de trabalho se confirma em pesquisa do Sebrae, com base no Cadastro Geral de
Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego. O
documento informa que, no mês de agosto, as micro e pequenas empresas geraram
127.439 empregos com carteira assinada, enquanto as médias e grandes foram
responsáveis pela perda de 2.463 empregos.
O senador apontou os aspectos do Estatuto
das Micro e Pequenas Empresas que devem ser alterados para beneficiar ainda
mais o setor. Segundo Pimentel, o enquadramento do empreendedor individual e
dos micro e pequenos empresários deve ser feito pelo faturamento.
“Somente dessa forma deixaremos de excluir setores, como ocorre
hoje” disse. A simplificação do processo de alteração estatutária e a
baixa das empresas é outro ponto que precisa ser garantido, na avaliação de
José Pimentel.
Empreendedor Individual - Em relação às mudanças que devem ser
promovidas na lei para favorecer os empreendedores individuais, o senador citou
pontos que considera fundamentais. Entre eles, está a redução da inadimplência
com o fisco dos municípios, estados e com o governo federal. Pimentel informou
que mais de 350 mil empreendedores individuais encontram-se impedidos de atuar
formalmente em função desse tipo de problema.
Outro entrave que precisa ser superado, na
avaliação do senador, é a cobrança do IPTU comercial para empreendedores que
trabalham em sua residência. “Essa prática triplica ou até quadruplica o
valor do imposto, o que novamente neutraliza os benefícios garantidos pela lei
do Simples Nacional”, concluiu.
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