Pra tirar a suja bispo do Crato anuncia viagem a Roma , denunciam seus críticos

Crato-CE: Terreno é usado para construir mansão do bispo






Casa loca lizada entre os sítios Almecegas e Boa Vista terá 8 quartos, 10 banheiros e um elevador. O terreno foi comprado por R$ 10 mil e, hoje, a mansão é avaliada em R$ 1,5 milhão (Foto: Aline Morais/Gazeta de Notícias)
O bispo Dom Fernando Panico é o proprietário do terreno onde está sendo construída uma mansão, entre os sítios Boa Vista e Almecegas, em Crato. A transação imobiliária foi feita em 2008, mas, de acordo com o documento de compra e venda, lavrado no Cartório Geraldo Lobo, as partes envolvidas na negociação são o padre Raimundo Elias, antigo proprietário por herança, e a Diocese do Crato.

O negócio chama atenção pelo nome do proprietário constituído em cartório, já que a escritura acabou sendo lavrada em nome do bispo Dom Fernando. O documento diz que ele é cessionari, o que não garante a posse da Diocese por direito.

Outro fato que chama a atenção no documento é a importância paga pela área. O terreno foi negociado, contendo, além de construções como muro frontal e casa, muitas outras benfeitorias. A área onde funcionava o projeto social “Toca de Assis”, que teve a venda especulada em valores próximos a R$ 60 mil, acabou sendo vendida por apenas R$ 10 mil. Segundo avaliações, valor bem abaixo do praticado no mercado.

O valor negociado vai ao encontro de outras negociações feitas recentemente pelo bispo. Ele é acusado de vender cerca de 65 imóveis, entre casas e prédios comerciais, por, em média, R$ 60 mil, quando eram avaliados em até R$ 250 mil cada. O bispo acabou voltando atrás, mas, até hoje, não conseguiu explicar as vendas que revoltaram inquilinos.

Atualmente, a área conta, em andamento, com uma construção avaliada em R$ 1,5 milhão. A casa terá 8 quartos, 10 banheiros, jardins e elevador. Segundo informações de pessoas ligadas à Diocese e que preferem não se identificar por medo de represarias, a construção da mansão estaria sendo comandada pelo monsenhor Dermival Anchieta Gondim, vigário geral e consultor da Diocese. O monsenhor estaria atendendo um pedido do padre Edmilson, interlocutor do bispo.

Novas denúncias

Especulado como sendo um provável “laranja” do bispo Dom Fernando Panico, o advogado Geraldo Correia Braga (Geraldinho), coordenador da Associação Religiosa Missão Resgate, que respondia pela gerência da Rádio Educadora do Cariri, emissora de propriedade da Diocese do Crato, desde abril deste ano, responde, também, como arrendatário do veículo de comunicação.

Segundo as denúncias, os valores cobrados pelo arrendamento estariam abaixo da realidade do mercado e poderiam favorecer o próprio Bispo, através do lucro. A prática, caso confirmada, se configurará como formação de quadrilha, crime ao qual Dom Fernando já responde.

Durante a assinatura do contrato, não foram revelados os valores do arrendamento. Apenas foi divulgado que o contrato terá duração de 10 anos. O coordenador da Missão Resgate e, agora, diretor da Rádio Educadora, foi procurado para falar sobre o assunto, mas não foi encontrado. Em contato com a Rádio, foi deixado telefone para retorno, o que não aconteceu até o fechamento desta edição.

Explicações em Roma

Cercado por denúncia de estelionato e apropriação indébita, Dom Fernando Panico anunciou uma viagem à Roma, ainda nesta semana. Segundo o próprio Bispo, deve entregar uma farta documentação relacionada à causa da beatificação da menina Benigna, assassinada aos 13 anos, em Santana do Cariri. O outro motivo da viagem seria a reabilitação do Padre Cícero. Para tratar deste assunto, ainda segundo Dom Fernando, deverá participar de audiências com o Papa Francisco.

A informação é contestada por um dos padres que assinou o abaixo assinado pela saída do Bispo, cujo nome será preservado para evitar perseguições. Para ele, o segundo motivo da viagem seria para dar explicações sobre as denúncias que já ganharam repercussão nacional. Ainda de acordo com o padre, outros sacerdotes que assinaram o documento já estão sendo transferidos para outras paróquias, como forma represália.

Fonte: Jornal do Cariri

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