Mais Brasil para os médicos
O
carioca Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865 – 1918), além de poeta foi
profeta, em “A Pátria”, ao escrever: “Ama, com fé e orgulho, a terra em que
nasceste/Criança! Não verás nenhum pais como este”. Realmente, há muito vimos
constatando esta asserção, ou assertiva (afirmação categórica). Aliás, o Ministro
da Saúde deixou de utilizar R$17 bilhões daquela pasta, entre 2011 e 2012. Não
dá pra entender. Em 1900, a mineiro (Ouro Preto) Conde Afonso Celso de Assis Figueiredo
Junior (1860 – 1938), publicara, o livrinho “Porque me ufano do meu pais”.
Seguramente, no seu lirismo, o Conde teve lá suas razões. No Brasil o governo
aplica em saúde publica R$ 2,00 por dia/pessoa ou seja menos de 4% do PIB.
Contrariando as alexandrinas petices contidas na já famigerada e legalmente
inconsistente Medida Provisória 621/13, de 08/07 último, temos médicos em
números suficientes no Brasil (talvez mais de 400 mil), em proporção superior
ao que determina a organização mundial de saúde, por habitante. Não temos, esta
é a verdade, as condições básicas para o trabalho médico, máxime na maioria das
cidades interioranas, pois ali faltam hospitais e ambulatórios, nestes
inexistindo os mínimos aparelhos imprescindíveis ao diagnóstico e ao tratamento,
do termômetro, do tensiômetro, aos raios-x. Isto sim. O resto é alarido midiático.
Em 2012 os médicos paulistas (USP) começaram a propalar a criação de um coração
artificial. Entre nós já em 2009, cirurgiões cardíacos do Hospital de Messejana
Dr. Carlos Alberto Studart Gomes, liderados pelo Dr, Juan Mejia, conseguiram o
pronto apoio financeiro do empresário Beto Studart (BSPAR) para a fabricação do
primeiro coração artificial brasileiro! Assim, no Ceará - hoje referência na
cardiologia nacional – brevemente, moléstias como a insuficiência cardíaca
grave (6,5 milhões de pessoa no Brasil/ano) matarão muito menos. Dessa doença
falecem mais de 50% dos pacientes aguardando transplante. Originalíssimo aparelho aqui desenvolvido, o
Ax-Tide garantirá os corações até o transplante, como prótese temporária.
Curiosamente, será uma espera “axistida”! Desde 2009, pois, este projeto vem
sendo acompanhado pelo seu criador, o cardiologista pesquisador italiano
Alessandro Verona, outros especialistas do Hospital de Messejana, e dos
engenheiros Henrique Carvalho e Rui Barbosa. Sem participação estrangeiro a empresa
cearense BSPAR já injetou R$ 6 milhões de reais, na “Studheart Technologies”
fundada àquela época. Aliado ao Hospital Albert Einstein (São Paulo) e ao INCOR
dalí, o grupo do colombiano Dr. Juan (Alberto Cosquillo) Mejia, em 23 de
fevereiro último comemorou os primeiros sucessos do Ax-Tide, com testes em 100
animais. É outro exemplo do espírito humanitário de Jorge Alberto Studart
Gomes, Beto Studart. É a indústria nacional apetrechando nossos doutores. Disto
nos ufanamos! É mais Brasil para os médicos!
Pedro
Henrique Saraiva Leão
Médico.
Secretário Geral da Academia Cearense de Letras
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