Escorregando no Pré-Sal


Petroleiros paralisam suas atividades em todo o Ceará
Os petroleiros com atuação em todo o território cearense entraram em greve, por tempo indeterminado, no início da madrugada de hoje, a fim de que a Petrobras atenda às suas reivindicações. A categoria está solicitando uma série de melhorais no Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), o cancelamento do leilão do Campo de Libra (na região de Santos), e o arquivamento do Projeto de Lei 4330. Com 99% de rejeição, a proposta de ACT apresentada pela companhia foi descartada e os trabalhadores farão um ato, na manhã de hoje, em frente ao portão ‘B’ da Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), localizada no bairro Mucuripe.
De acordo com o presidente do Sindicato dos Petroleiros do Ceará e Piauí (Sindipetro CE/PI), Orismar Holanda, os petroleiros estão comprovando sua capacidade de organização e o poder de luta da categoria. “A greve prossegue forte em todas as bases do País, ganhando corações e mentes de trabalhadores de diferentes gerações. Essa luta não é só da nossa categoria, mas de toda a sociedade, que quer viver em um País soberano e dono das suas próprias riquezas”, disse. No total, são cerca de 250 trabalhadores próprios (concursados) que estão paralisando suas atividades, a fim de que suas reivindicações possam ser atendidas. Orismar destacou que duas são essenciais: reposição de níveis no Plano de Cargos e Salários e ganho real de 5%.
GREVE NACIONAL
Os trabalhadores da Petrobras e suas subsidiárias já haviam aprovado a realização de uma greve nacional, por tempo indeterminado, a partir do último dia 17, mas aqui no Ceará, os petroleiros começaram a desacelerar o trabalho nas plataformas, reduzindo algumas atividades não essenciais. “Mas, a partir de hoje, vamos entregá-las para a Petrobras, a um preposto da companhia e sua equipe, havendo uma redução bastante significativa na produção”, destacou o sindicalista.
A paralisação foi aprovada de Norte a Sul do País, acontecendo nas refinarias, terminais de distribuição, plataformas de petróleo, campos terrestres de produção, usinas de biodiesel, termoelétricas e unidades administrativas da Petrobras, Transpetro e demais subsidiárias. “O Ceará possui uma Usina de Produção de Biodiesel, em Quixadá; nove plataformas de petróleo marítimas em Paracuru; um campo de produção terrestre, em Icapuí; a Lubnor, em Fortaleza, além da transportadora de gás, Transpetro, em Maracanaú, Pecém e Mucuripe. Todas estas unidades terão suas atividades paralisadas, por conta da nossa greve, mas esperamos que a companhia possa atender aos nossos reclames, para que tudo volte ao normal”, asseverou Orismar.
Atualmente, o Ceará possui uma produção diária em torno de 11 mil barris de petróleo, que é enviado, por navio, para ser refinado em unidades localizadas na Bahia ou em São Paulo. Somente o petróleo extraído do Campo Belém, que fica em terra, na região de Icapuí, é que vem para a Lubnor. A princípio, segundo o Sindipetro, não deverá haver desabastecimento aqui, no Estado, porque existem reservas de gasolina, etanol e óleo diesel para atender até dez dias de greve, mas que pode ser até superior. Entretanto, este estoque é controlado pela companhia e os sindicalistas não sabem, exatamente, como será distribuído, durante o tempo que a greve permanecer.
Logo mais, a partir das 10 horas, haverá uma reunião de representantes da companhia e dos petroleiros, a fim de que possa haver um acordo, colocando um ponto final na paralisação, a nível nacional. “A Petrobras nos chamou para uma reunião, hoje de manhã, na sede da empresa, no Rio de Janeiro, que terá a participação de quatro representantes da Federação Única dos Petroleiros (FUP). Depois desse encontro, eles nos repassarão as informações e, na sequência, viajaremos para lá, onde tentaremos obter mais algumas melhorias para os trabalhadores e fechar um acordo. Mas, enquanto isso não ocorrer, nossos sindicalizados permaneceram com as atividades paralisadas em território cearense”, completou Orismar.

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