"Blocs" do mundo gay na parada carioca de 300 mil.


'Pink Blocs' dão pinta na passeata

Grupo com máscaras cor-de-rosa desfila na Parada Gay em Copacabana

Victor Corrêa
Rio - Mascarados marcaram presença na 18ª Parada do Orgulho LGBT, ontem, em Copacabana. Mas não eram os Black Blocs — manifestantes que têm dado o que falar nos protestos pelo Brasil. Com purpurina da cabeça aos pés e máscara cor-de-rosa, os ‘Pink Blocs’ desfilaram sem ser incomodados em meio a bandeiras inspiradas no arco-íris — símbolo da comunidade homossexual. Cerca de 300 mil pessoas participaram do evento, de acordo com estimativa da Polícia Militar.

Com os rostos cobertos, os ‘Pink Blocs’ levam política e humor ao evento
Foto:  Uanderson Fernandes / Agência O Dia

“É uma paródia, uma referência aos Black Blocs, pois temos causas em comum”, disse o videomaker Rafael Puetter, 27 anos, que estava com um grupo de amigos. “Assim como os Black Blocs, os gays são criminalizados pela sociedade. Encontramos uma forma de trazer a política para a Parada Gay, pois sentimos falta de discussões em relação a nossos direitos em eventos como esse”.
Na opinião da coordenadora escolar Bárbara Jambio, 33, os gays não devem se unir apenas em manifestações. “Temos que continuar firmes e não desistir”, declarou ela, ao lado de sua companheira Roseane Farias, 32, com quem está casada há nove anos. “Mas não é fácil. Na escola onde eu trabalhava, não consegui colocá-la como dependente do meu plano de saúde”, lamentou Bárbara.

Cerca de 300 mil pessoas participaram da parada na orla de Copacabana
Foto:  Uanderson Fernandes / Agência O Dia

A decisão do Tribunal Superior do Trabalho, que estendeu recentemente a casais homossexuais benefícios concedidos a heterossexuais, como a inclusão do companheiro nos planos de saúde e de previdência privada, é uma grande conquista, de acordo com o administrador de empresas Ricardo Melandre, 50. Mas ele espera mais. “Pagamos nossos impostos normalmente”, argumentou.
O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ) concorda. “Não lutamos por privilégios. Queremos apenas direitos iguais”, afirmou.
Também presente na passeata, o secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, declarou apoio aos homossexuais. “Tudo que conseguimos foi graças a quem teve coragem de vir à rua e dar a cara a tapa. Deus hoje nos mandou esse sol maravilhoso, e essa é a resposta que ele não é homofóbico. Homofóbico são pastores que são contra as formas de amor”.

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