Os legados do PT


Obras abandonadas há mais de quatro anos
Em Fortaleza, dois hospitais distritais que iniciaram as ampliações das unidades ainda na gestão anterior, estão com as obras abandonadas há mais de quatro anos. Além do Gonzaguinha, na Barra do Ceará, e do Frotinha, da Parangaba, o Frotinha de Nossa Senhora da Conceição, no Conjunto Ceará, que seguia o mesmo destino, é o único, após a nova  gestão do prefeito Roberto Cláudio, a ter o canteiro de obra retomado, com a  previsão de ser entregue em setembro deste ano.  De acordo com o coordenador de Gestão Hospitalar da Secretaria da Saúde do Município, doutor Francisco Alencar, as construções foram paralisadas pelo fato da antiga gestão ter priorizado e voltado a atenção para a conclusão do Hospital da Mulher.  As obras, que iniciaram em 2008, deveriam ter sido conclusas, em seis meses. No entanto, as estruturas abandonadas, estão à mercê das intempéries do tempo e do mato que cresce ao redor.
Durante o primeiro quadrimestre do ano, o Hospital Distrital Gonzaga Mota, na Barra do Ceará, e dos Frotinhas de Parangaba e do Conjunto Ceará, atenderam juntos, no setor de urgência e emergência, cerca de 91.217 pessoas. Apesar disto, Francisco Alencar afirmou que o Ministério da Saúde não visualiza os hospitais como “porta de entrada”, ou seja, hospitais que atendem os pacientes urgentemente e emergencialmente. Segundo ele, o Ministério considera as unidades, apenas, retaguardas do Instituto Doutor José Frota (IJF), localizado, no Centro da Cidade, “quando na realidade, o número de atendimentos é bem menor quando se junta todos os distritais”, afiançou.
A construção das unidades idealizadas para dobrar o número de leitos, minorando assim, o caos na rede secundária e terciária, está prevista para ser retomada, a partir do ano que vem. Segundo o coordenador de Gestão Hospitalar, em 2014, o prefeito Roberto Cláudio irá direcionar a atenção para os hospitais. “O prefeito declarou que este ano, é o ano dos postos de saúde, e, em 2014, será o ano dos hospitais. Está se propondo reformar todas as unidades e ampliá-las, deixando-as com mais de 100 leitos”, disse.
O Frotinha  da Parangaba, construído em um ponto estratégico da Capital para Receber demandas das Regiões Metropolitanas de Fortaleza, como Caucaia, atendeu entre janeiro e abril deste ano, aproximadamente 48 mil pacientes, contra 27.857 do Gonzaga Mota, na Barra do Ceará, e 15.360 do Frotinha Nossa Senhora da Assunção. Francisco Alencar ressalta que quando as construções dos anexos forem retomadas, a prioridade será para a construção de mais leitos para internamentos, para que não se crie uma demanda reprimida. “Se não tiver leitos, eu vou criar uma demanda e reprimi-la, porque eu não vou ter para onde encaminhar os pacientes”, ressaltou.
NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
O Frotinha de Nossa Senhora da Conceição, atualmente, com 98 leitos, terá a sua reestruturação concluída, em setembro, deste ano, haja vista, que os contratos com a construtora ainda está em vigência, diferente dos demais hospitais. No espaço, além da construção de mais um anexo, planeja-se construir mais Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), entretanto, a verba que sobrou do Requalifica SUS, da ordem de R$ 1 milhão e 600 mil, não dá para realizar a conclusão da obra.
Um dos pacientes do Frotinha da Parangaba, que não quis ser identificado, criticou as condições de atendimento do Hospital. “Os médicos e enfermeiros fazem de tudo para dar conta dos pacientes, mas vemos que as condições são precárias. Faz alguns dias que estou internado, e é nítido que esse sistema não dá mais conta. Nossas vidas ficam nas mãos de uma estrutura, que tem um atendimento de guerra, é triste”, disse.
A SAÍDA SERÁ INVESTIR NA REDE PRIMÁRIA
Conforme o coordenador de Gestão Hospitalar da Secretaria de Saúde, doutor Francisco Alencar, para que as redes secundária e terciária funcionem, é preciso investir e melhorar a primária. Para isso, afirmou que a Prefeitura de Fortaleza contratou o Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar  (ISGH), entidade ligada ao Governo do Estado, para  acompanhar e desenhar a nova forma de fazer Saúde, em Fortaleza. Ela será responsável para gerir as políticas de saúde que têm o propósito de colocar para funcionar, em comunhão, os postos e os hospitais da rede municipal.
“A gente entende que o ponto de apoio dos pacientes são os postos de saúde. O paciente ele entra no Sistema  pela atenção primária, depois deve ser encaminhado para o atendimento secundário ou terciário, finalizando o procedimento, na rede primaria, que deverá ou não, dar continuidade ao tratamento. Essa melhora na atenção básica, vai repercutir diretamente nos hospitais. Se você chega aos Hospitais, hoje, vai encontrar gente que não era para estar lá”, avaliou.
A ISGH é responsável por cuidar de toda a estrutura, manutenção, farmácia, coleta e realização de exames. A promessa da atual gestão é acabar com as filas e distrubuição de senhas que iniciavam ainda de madrugada nos postos. De acordo com o coordenador, o Instituto promete entregar os exames dentro de 48 horas, para que seja dada a continuidade do tratamento, “o mais rápido possível”, se necessário.
“Nós recebemos a saúde um caos. Tantos os hospitais como a saúde, como um todo.  Ninguém podia fazer  nada. A determinação do prefeito é planejar. Ele é médico, e mais do que ninguém sabe onde atuar. A rede primária será o principal foco da atenção na Saúde, se a gente consertar, nós vamos melhorar a rede”, pontuou.

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