Punir ou educar?


Veículos: apreensões têm surtido efeito?

Punir e deixar o exemplo para que os erros não se repitam. A prerrogativa, que se fosse totalmente eficaz ajudaria a dar vazão ao fluxo no trânsito, há oito dias é “testada” em Fortaleza.
Em vigor há mais de uma semana, a operação “estacionamento proibido”, executada por equipes da Autarquia Municipal de Trânsito e Cidadania (AMC), Departamento Estadual de Trânsito (Detran) e Polícia Rodoviária Estadual (PRE), já apreendeu 271 e autuou 841 veículos. Nos locais já vistoriados pelos órgãos, o cenário, agora, divide-se entre a continuidade das infrações e, felizmente, a diminuição progressiva dos estacionamentos irregulares.
Em um percurso, ontem, pelas ruas Carlos Vasconcelos e Barão de Aracati, na Aldeota, alvo das primeiras fiscalizações, a equipe do jornal O Estado constatou que, em alguns trechos, já é perceptível à redução de carros estacionados de forma inadequada. Porém, há quem ainda insista nas infrações. Pelo menos oito carros, foram identificados nesta condição nas duas vias.
No Centro, na rua Castro e Silva , no trecho entre a Av. Imperador e a 24 de Maio, onde condutores costumam estacionar os veículos próximos ao canteiro central, ontem, nenhum veículo foi encontrado nesta condição, durante o trajeto da equipe. Na rua Sena Madureira, onde os órgãos de fiscalização realizavam uma nova abordagem, infrações foram novamente detectadas. No total, ontem, 43 veículos (sendo 14 carros e 29 motos), foram apreendidos e 95 autuados.
Nesta segunda semana, embora as blitzs permaneçam atuando nestas áreas, a AMC garante que o trabalho foi expandido para o Bairro de Fátima, Montese, Parangaba, Jardim América e Rodolfo Teófilo.
TÁTICA DA PUNIÇÃO
Conforme o titular da AMC, Victor Ciasca, a avaliação é que em alguns territórios como no Centro, os condutores, de fato, têm resistido às adequações, porém, ele salienta que em outros trechos e analise é de já houve melhora. De acordo com ele “o trabalho de formiguinha” deve continuar e não há prazo definido para finalização da operação.

Além disso, o presidente da Pasta salientou que a tática de intensificação da repressão, segundo ele, verificada como eficaz, terá prosseguimento. “Mesmo que os condutores persistam, devemos ressaltar que além do prejuízo financeiro tem também a possibilidade de ‘ultrapassar’ o limite de pontos na carteira. Se ele resiste, tem de ser punido”, completou.
Considerada uma infração média, o estacionamento em local proibido, resulta em quatro pontos na carteira e multa no valor de R$ 85,13. Já no caso de estacionamento no passeio, considerado uma infração de natureza grave, o condutor leva cinco pontos na carteira e deve desembolsar R$ 127,60.
REBOQUE E RESGATE
Para garantir o resgate, segundo o Detran, o proprietário deve se dirigir à gerência de Fiscalização; pegar a senha e aguardar o chamado para que seja impresso o boleto de pagamento dos custos do reboque (R$ 63,86) e da diária (R$ 9,12 para quatro rodas e R$ 6,08 para duas rodas). Já a multa pela irregularidade pode ser paga na ocasião do licenciamento do veículo.

Após a apreensão, aqueles que não resgatarem o veículo dentro de três meses, o Detran garante que conforme determina o Código de Trânsito Brasileiro  (CTB),  é autorizado o processo de leilão. Para este ano, estão previstas a realização de seis leilões do tipo.
Sem a operação “Estacionamento Proibido”, segundo a assessoria do Detran, o órgão reboca cerca de 500 veículos por semana, destes  400 chegam a ser resgatados em até um mês. Atualmente, o depósito do Detran abriga cerca de 1.800 veículos apreendidos, sendo 1.300 motos, 250 cinquentinhas (equipamentos de 50 cilindradas)  e 250 veículos de quatro ou mais rodas.
A operação já surtiu efeito na cidade?
“Eu acho que já diminuíram as irregularidades. Percebemos que as pessoas estão mais receosas e que já estão evitando deixar o carro ou moto onde não podem. Até porque aqui no Centro, em geral, são as mesmas pessoas que cometem esses erros, então elas já estão mais ligadas no prejuízo”.

Cosme Freitas, gerente de estacionamento
“A situação está do mesmo jeito. A fiscalização passa, tira os carros, mas no outro dia tem gente estacionando onde não deve, de novo. Têm dias que a gente não consegue nem entrar na empresa. Seria bom se essa fiscalização fosse permanente”.
Regional Oliveira, motorista

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