Pra fazer omelete não teria que quebrar os ovos?


Quem paga a conta da correria no trânsito?

Os idealizadores garantem que os transtornos são momentâneos e que passada a etapa das obras os fortalezenses poderão, finalmente, desfrutar de um trânsito mais ameno. Nisto encontram acordo com a população. Porém, faltando pouco mais de um ano para a Copa do Mundo, a correria para garantir a entrega das obras, em Fortaleza, tem afetado a rotina dos fortalezenses.
No embalo do corre-corre, o projeto de execução de outras duas intervenções (além do bloqueio na Santos Dumont), nos cruzamentos da Via Expressa com, as Avenidas Padre Antônio Tomás e Alberto Sá, preocupa quem trafega no local. Com as novas intervenções, três bloqueios paralelos serão gerados nos pontos que não recebem, em média, menos que 40 mil veículos por dia.
Iniciada há sete dias, a intervenção no cruzamento da Via Expressa com Santos Dumont, resultará em um “mergulho” que eliminará os atuais semáforos.  A ideia, é que as demais vias, também, passem pelo menos procedimento, o que favorecerá o fluxo dos transportes. Na Santos Dumont, onde segundo a Autarquia Municipal de Trânsito, Serviços Públicos e de Cidadania (AMC) circulam, aproximadamente, 42 mil veículos por dia, a previsão é que o bloqueio perdure até maio de 2013.
O mesmo prazo é definido pela Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seinf) para conclusão das outras duas intervenções, embora elas não tenham começado. Ainda este mês, conforme informou a assessoria de comunicação da Seinf, a Prefeitura deverá divulgar os desvios “para o consequente início das obras nos dois cruzamentos”. Na intervenção em curso, o titular da AMC, Vitor Ciasca, garantiu que “o fluxo no desvio está sendo recebido melhor que o esperado”.
De acordo com ele, a avaliação da Pasta, é que os congestionamentos na área limitam-se aos horários de pico, sendo verificado nos demais horários um fluxo corrente. Segundo Vitor, 20 agentes, por turno, estão distribuídos no cruzamento e nas ruas usadas no desvio. Não há prazo definido para a permanência dos agentes no local, segundo o presidente.
QUEM SENTE NA PRÁTICA
O sinal abre, os carros não andam. O sinal fecha e fila de veículos, que não saiu do lugar, permanece fechando o cruzamento. Ontem, por volta das 17h era essa cena no local do bloqueio na Santos Dumont. Uma agente de trânsito tentava dar conta do congestionamento, que hora ou outra, intensificava-se. “Se desse jeito já está complicado, quando bloquear as outras avenidas vai ficar pior ainda.

Mas é assim, essa correria só sobra para o trabalhador”, reclama o atendente de restaurante, Marcos Alexandre, que trabalha nas proximidades do local. “Eu até acho que esse bloqueio foi organizado, mas a gente roga é que tudo termine logo para poder usufruir, porque, por enquanto só sobra aguentar o rojão”, ressaltou o arquiteto João Almeida, que, diariamente, trafega pelos pontos a serem interditados.
EVIDENTE CORRERIA
Para a professora do Departamento de Engenharia de Transporte da Universidade Federal do Ceará (UFC), Elisabeth Moreira, na correria de conclusão das obras até o Mundial, o ônus, de fato, fica para os fortalezenses, que já lidam diariamente com vias estranguladas. De acordo com ela, o ideal é que intervenções destes portes, principalmente na área lesta da Cidade, não sejam executadas de forma simultânea.

“A ausência de planejamento é notória e isso prejudica a Cidade. Intervenções são feitas a toque de caixa para garantir os compromissos firmados para o Mundial. Quem perde com isso é quem tem de passar por essas vias diariamente”, afirmou. Além disso, a professora ressaltou que a apresentação de somente uma alternativa de desvio, como no caso da Santos Dumont, é negativo, a medida que o fluxo na área é bastante intenso.
PROCESSO DE DESAPROPRIAÇÕES
Na via expressa nÃO FOI CONCLUÍDO

Para concretização das intervenções nos cruzamentos da Via Expressa, 65 imóveis serão desapropriados, sendo 32, na Santos Dumont, 21 na Alberto Sá e 12 na Pe. Antônio Tomás. No ponto, que já está em obra, segundo a Seinf, “80% dos proprietários já assinaram acordo administrativo com o Município e o pagamento das indenizações será feito em 45 dias, a contar da data da assinatura do acordo”. A Pasta garante ainda que processo das desapropriações não foi completamente finalizado, mas, isto “não impede o início das obras”. As outras desapropriações estão dispostas nos seguintes cruzamentos. Conforme o órgão, R$ 36 milhões serão gastos nas indenizações de todos os cruzamentos.
Para uma proprietária de um comércio (que não quis ser identificada) que será desapropriado devido às obras, na Santos Dumont, o processo de negociação foi “corrido” e os donos dos imóveis continuam sem informações consistentes. “Ninguem explicou nada direito, nem sabemos quando vamos sair. Está tudo atropelado”, completou. Ela que fechou acordo no dia seis deste mês, aguarda ainda o depósito da indenização, que segundo ela, tem uma diferença de R$ 30 mil, entre o que a família avaliou receber e o valor negociado pela Prefeitura.

Thatiany Nascimento
thatynascimento@oestadoce.com.br

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