Coveiros do Dnocs
Geraldo
Duarte*
1999. Majestade
plenipotenciária, Fernando Henrique Cardoso, do alto da intelectualidade,
decreta, extingue e sepulta o Dnocs. Meses após, finge arrepender-se e o
reativa.
2003. Nadegado no
trono, a realeza Luiz Inácio Lula da Silva, deus da caatinga e filho do Brasil,
replica o milagre da ressurreição na Sudene e na Sudam. Messianicamente,
vivifica os cadáveres e os larga a esmo, com o do Dnocs, ao Sol e à poeira das
secas nordestinas. Pareceu birra a FHC.
2011. Sua
excelência, a presidente Dilma Rousseff, assume o mandato. Tal e qual Pilatos,
lava, enxuga e perfuma as mãos, despreocupando-se com a existência das errantes
autarquias. Biblicamente, assemelhadas aos relegados lazarentos da
Judéia.
Os servidores do
Departamento, na maioria idosos, hoje são mostrados à população - por desejo dos
governantes -, como O Incrível Exército de Brancaleone. Ineficiente. Viventes
atônitos e sem perspectivas futuras. Perdidos no tempo e no espaço.
Agora, 2013, mais
salivação, escarros e escárnios. Ressurgem as regiamente pagas “excelências”,
carpideiras congressuais e ministeriais. Derramando lágrimas de crocodilo.
Promovendo reuniões, audiências públicas e marketing pessoal. Simulando defender
o destruído.
Transformá-lo -
pasmem! - de autarquia à empresa pública. Transferir sua sede para Brasília.
Onde a solução? Ou não é para existir?
Ante a tantos
poderosos aniquiladores somente uma fada-madrinha, uma nobre soberana poderá salvar o Dnocs. Uma rainha. Em
especial, de nome britânico. Como Rose ou Rosemary. Seguradora do cajado
imperial e capaz de conseguir que o moribundo, firme, levante-se.
*Geraldo
Duarte é advogado, administrador e dicionarista.
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