Dólar fecha o dia cotado acima de R$ 2,07

A cotação do dólar fechou, ontem, acima de R$ 2,07 - pela primeira vez, nos últimos cinco meses -, depois que informações positivas vindas dos Estados Unidos sugerirem que o Banco Central norte-americano poderá diminuir seu programa de estímulo monetário nos próximos meses.
Isso provocaria uma redução da liquidez internacional. A moeda norte-americana fechou em alta de 0,87%, cotada a R$ 2,0741 na venda, atingindo um patamar de fechamento que não era registrado desde o final de dezembro do ano passado.
Apesar disso, analistas destacavam que os investidores seguiam cautelosos, antes da decisão do nosso Banco Central (BC) sobre a taxa básica de juros do País, devido a dúvidas quanto à intensidade do aperto monetário que deve vir amanhã. “O dólar está mais forte no mundo, devido à expectativa de diminuição do programa de estímulo do Fed (Banco Central norte-americano)”, afirmou o operador de um banco brasileiro. “O dólar está se ajustando ao que está acontecendo lá fora. O real não acompanhou a piora lá fora porque teve fluxo. Então, podemos dizer que a nossa moeda está um pouco atrasada em relação às outras”, completou.
CONFIANÇA
A expectativa de menor liquidez mundial ganhou força, ontem, após a confiança do consumidor americano se fortalecer em maio, para o maior nível em mais de cinco anos, saltando para 76,2, ante 69 em abril, e superando as expectativas de economistas, que previam uma leitura de 71. “É um fortalecimento do dólar mundial, porque a economia norte-americana está se pondo de pé”, disse o diretor-executivo da NGO Corretora, Sidnei Nehme. “É um sinal muito consistente, a confiança do consumidor ser maior. Ele é o grande fator de crescimento dos Estados Unidos”.

Entretato, os analistas ponderavam que a cautela do Copom segurava uma alta mais expressiva do dólar no mercado doméstico. O BC vai definir, hoje, o novo valor da taxa básica de juros, a Selic. Segundo o Relatório Focus, divulgado anteontem, os analistas esperam uma elevação de 0,25%, deixando a Selic em 7,75% ao ano.
Mas alguns acreditam em alta de até 0,50%. Embora a maioria acredite que o BC poderá intervir no mercado para segurar a valorização do dólar e, assim, evitar pressões inflacionárias, a expectativa é de que a autoridade monetária primeiro defina os juros básicos, antes de interferir na taxa de câmbio.

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