Um remédio novo e os idosos vão poder enxergar melhor


Esperança para quem sofre com dificuldade de enxergar

Macário Batista
Enviado Especial a São Paulo

A DMRI-Degeneração Macular Relacionada à Idade é uma doença associada ao envelhecimento que diminuiu, gradualmente, a visão central que é aquela que dá nitidez e fixação às imagens. Pouco se conhece da doença, mas é a primeira causa de cegueira em pacientes de 50 anos ou mais, em países industrializados e afeta de 25 a 30 milhões de pessoas em todo o globo terrestre.
Ontem, aqui, em São Paulo, a Bayer mostrou aos jornalistas, convidados, de todo o País, que acaba de chegar ao Brasil um novo tratamento para a Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI) na forma úmida; o Eylia-aflibercepte - desenvolvido pela Bayer HealthCare Pharmaceuticals, em conjunto com a Regeneron Pharmaceuticals.
O Eylia, ataca a DMRI úmida, a forma mais séria e grave de DMRI que apresenta-se como responsável pelo surgimento e crescimento anormal de  vasos sanguíneos que, por seu turno, produzem extravasamento de sangue e fluído na mácula que vem a ser a parte da retina responsável pelo foco da visão. A grosso modo, a pupila do olho. A DMRI úmida é associada a uma perda na qualidade de vida, isolamento social, depressão clínica, aumento do risco de acidentes como quedas e fraturas de quadril e a uma entrada prematura nos centros médicos.
Para falar do remédio e da doença em si, a Bayer convocou algumas mais das importantes autoridades em retina e suas degenerações, no Brasil e no mundo, dentre eles, o professor doutor Walter Takahashi que deu destaque, em sua fala, à doença, desconhecida no Brasil e que não tem presença forte no que tange a sintomas, pois trata-se de algo silencioso e que tem que ser cuidado dia-a-dia.
O professor doutor Takahashi chegou a dizer que um impacto na baixa da visão é mais forte na qualidade de vida do que um infarto e que mexe com o emocional de uma família, além do impacto financeiro numa sociedade, eis que o portador de DMRI deixa de gerar sua própria renda e de renda familiar, para ser alguém com necessidades especiais, sempre precisando de alguém para cuidar de si.
Para ele e seus companheiros de mesa, professores-doutores Marcos Pereira de Avila, Michel Eid Farah, Márcio Bittar, Jacó Lavinsky e Julia Araujo, do Instituto de Retina do Brasil, o tratamento da DMRI poderá chegar ao SUS. Já foram feitas tentativas junto ao Ministério da Saúde, em dois ou três encontros, e o Ministro, disse um deles, é sensível ao problema, porque cada vez mais se sabe que a qualidade de vida das pessoas, no Brasil, tem feito o País mais longevo, com a idade passando em pouco mais de 50 anos, de 60 e poucos anos para 75, nos dias atuais.
O Eylia, é o conjunto de injeções no olho do portador da doença, que ataca os vasos sanguíneos que crescem degeneradamente e provocam a má visão, começando pelo foco central. Essa forma de tratamento tem que ser assim porque o remédio age diretamente na área afetada, não provocando efeitos colaterais.

Para todos eles, o custo da cegueira é maior, muito maior que o tratamento, daí que a Nação precisa tomar consciência disso e as famílias precisam fazer consultas a oftalmologistas com mais frequência. Hoje, nos grandes centros, como Rio, São Paulo e Belo Horizonte só se consulta um oculista uma vez a cada um ou dois anos. No Rio, é até mais grave; alguém só vai ao oftalmologista quando sente alguma coisa. No Nordeste, com a pesquisa feita em Pernambuco,  houve o melhor desempenho, com as pessoas consultando um especialista duas vezes ao ano, bem diferente de Porto Alegre, Belo Horizonte, Rio e São Paulo, além de Brasília, onde 78% das pessoas jamais ouviram falar em DMRI.
Na palestra do professor Takahashi, ele revelou os fatores de risco para desenvolver a DMRI, que passam pela idade, com pessoas com mais de 50 anos, com a genética, caso tenha algum caso na família, o tabagismo ajuda e seria o mais grave das “ajudas” a doença se instalar além da obesidade e da hipertensão arterial.
Seus sintomas começam com a visão de pontos turvos e escuros na visão central, ou manchas na pupila do olho, linhas passam a ser vistas com tortuosidade, rostos ficam sem nitidez, criam-se dificuldades na distinção de cores, há diminuição na sensibilidade ao contraste, dificuldade no ajuste focal à luz tênue e um impacto negativo na percepção da profundidade.
Para ele, a detecção precoce é a chave para salvar a visão. Adianta Walter Takahashi que fazer exames oculares regulares é uma importante medida a ser tomada. Além do exame clínico feito pelo especialista em retina, que consiste basicamente em medida de visão e exame de fundo de olho. Existem vários outros exames que ajudam a detectar o DMRI, geralmente passados por um médico para melhoria do entendimento de possíveis pacientes.

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