Opinião - Do Jornal O Estado (CE)


Editorial - Em prol das Casas de Misericórdia

Os hospitais filantrópicos pedem socorro. De acordo com a Federação das Misericórdias e Entidades Filantrópicas do Ceará (Femice), o ano de 2013 deve fechar com uma dívida de 15 bilhões em hospitais da rede em todo o Brasil. No ano passado, essa dívida superou a casa dos R$ 11 bilhões. Segundo a Federação, gestores criticam o baixo preço pago pelo Ministério da Saúde pelos procedimentos realizados pelas entidades.
Como forma de chamar a atenção de toda a sociedade brasileira, foram suspensos, durante toda esta última segunda-feira, 8, os atendimentos de baixa e média complexidade em todo o País. Somente os procedimentos ligados à urgência continuaram a funcionar normalmente. Foi o modo que a Federação encontrou para pressionar os governos a reajustar a tabela do Sistema Único de Saúde. Mais de 1,5 mil unidades filantrópicas – das 2,1 mil unidades brasileiras – aderiram ao protesto.
De fato, a situação exige pressa. Cinco hospitais filantrópicos fecharam no Ceará no ano passado e, nesta segunda, 27 das 37 entidades cearenses participaram do movimento. Somente durante esse dia de paralisação, estima-se que 2,7 mil atendimentos deixaram de ser realizados no Estado. Há dois pontos aí que merecem reflexão.

O primeiro, é o papel fundamental que essas unidades exercem para a Saúde Pública. Sem elas, o SUS estaria ainda mais lotado, o que tornaria a qualidade do atendimento precário. Ou seja, o que já é ruim, poderia ficar muito pior sem essas unidades. O segundo ponto, é o que diz respeito à população.
É inegável que as pessoas são as mais prejudicadas por conta dessa situação – e pessoas pobres, diga-se de passagem. É inadmissível que os governos deixem a situação chegar a esse ponto, afinal, as Casas de Misericórdia, como o próprio nome diz, são locais responsáveis pelo cuidado de tantos que não têm mais a quem pedir ajuda. É preciso ter compaixão e trabalhar para reverter o mais rapidamente essa situação.

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