Reportagem especial


Esperanças renovadas nos EUA


Macário Batista Enviado Especial aos EUA
Que nem nós, o americano também só fecha a porta depois de roubado. Pequenas e não perigosas escaramuças anotadas na primeira posse de Obama foram ampliadas para que os serviços policiais praticamente dobrassem o número de pessoas envolvidas na segurança das solenidades.
CIA, FBI, Xerife, Segurança Pessoal do Presidente e vai por aí, formam um batalhão tão grande que há Estados desfalcados de seus efetivos porque vieram pra DC. Bombeiros vieram de Boston e NY, além dos locais. Em cada canto onde possa haver um rastro de um atirador de longa distância há alguém vigiando.
São milhares de câmeras em centrais que se unem numa só senha, se necessário for. Mas não é só isso. Os serviços médicos têm ambulâncias postadas ao longo de toda a Avenida Pensilvanya e na periferia de Washington. Hoje, desde sábado, já é impossível andar de carro em pelo menos 15 quadras no entorno do Capitólio, ou do Hall os City.
Bom, isso é o mínimo que poder-se-ia esperar de um evento de tal magnitude. O senador diretor geral do Congresso Americano não cansa de, ele mesmo, passar em revista cada procedimento da solenidade e, é comum a cada instante, você ver ensaios, para as câmaras do mundo inteiro de tudo o que vai acontecer esta manhã, a partir das 9 horas, hora local, meio-dia em Brasília, 11 horas em Fortaleza.
Sob o ponto de vista político, pipocaram nas últimas 72 horas, várias manifestações isoladas ou de grupos, fazendo pressão a Obama e seu governo sobre a sonhada Reforma Migratória. Vêm a ser movimentos reivindicatórios sobre uma lei que os imigrantes, principalmente, os indocumentados ou ilegais, se queira, pedem ao Governo americano. Obama chegou a ensaiar uma promessa de rever a situação das 11 milhões de pessoas, conhecidas, que esperam um visto de permanência e, em milhares de outros casos, a cidadania americana. É difícil, há grupos fortes contra, mas a maioria do povo é a favor.
Não só sob o ponto de vista  dos dramas vividos, na Califórnia, por exemplo, onde milhares de famílias não veem parentes, no México, porque não  podem sair daqui enquanto seus familiares não podem entrar nos EUA. Mães, pais, avós parentes como um todo, choram essas separações e clamam ao Governo por uma definição da Reforma Migratória. Chegam mesmo a eleger 2013 como o ano da reforma.
Outro ponto crucial é o que se faz referência quando se explicita que o americano é que nem nós, só fecha a porta depois de roubado. Há Lei que regule a venda e o porte de armas nos Estados Unidos.
Todo mundo levanta a 2a. Emenda, Lei do século 18 que dá a cada cidadão o direito de ter uma arma, portar uma arma e não determina termos nem condições exatas para essa posse e transporte. Os recentes massacres, entretanto, alertaram para o problema.
Qualquer maluco, que não tenha ficha policial grave, pode comprar um AK47, um rifle de repetição, uma metralhadora, uma pistola de muitos cartuchos e munição à vontade. Famílias, escolas, políticos, povo em geral questionam, pedem, exigem, mas  o lobby dos fabricantes de armas é grande, forte e pagou caro a eleição de congressistas.
Sim, as maiores doações de campanhas de congressistas aqui, são da indústria armamentista e ninguém esconde isso. Na verdade, não é “escondível” nem ninguém quer esconder; - Se pago, quero a mercadoria que comprei. E tem dado em mortes de crianças em escolas, de pessoas inocentes em shoppings, por fim, os mais diversos crimes em massa perpetrados por malucos que, muitas vezes, se matam depois de cometer tais crimes brutais. Nas ruas,conversando com as pessoas comuns, todas, pelo menos umas 30 ouvidas por mim, em NY e em DC, são a favor de uma nova Lei sobre a compra e porte de arma.
A grande maioria diz: Comprar uma arma pra sua segurança, em casa, é uma coisa, comprar uma metralhadora, um rifle de longo alcance e de repetição é outra coisa. Isso tem que ter um novo regramento, afirmam.
É disso, de reforma das leis migratórias e do controle sobre as armas no território americano que o povo espera que Barack Obama fale, hoje, em seu discurso de “inauguração”, como eles chamam aqui a fala da posse do primeiro negro presidente nos Estados para um segundo mandato, eis que o primeiro abalou o mundo.
A solenidade é marcada por uma série de eventos que vão desde desfiles militares, corais de crianças, apresentação de artistas como Beionci, cantando o hino nacional americano, até um poeta gay, de origem cubana, declamando um poema de sua, dele, autoria, a convite do próprio presidente Obama que quer deixar claro sua tolerância e defesa também da diversidade sexual. Espera-se festa  com começo, meio e fim cronometrados. Às 11 horas, Obama jura a Constituição e o fará sobre a bíblia usada por Luter King, outro líder negro que morreu por uma causa social assim como por uma biblia usada por Lincoln, quando assumiu a presidência dos Estados Unidos.
Tem história, simbologia e festa para todos os gostos.

Obama empossado
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, fez o juramento oficial para seu segundo mandato ontem, na Casa Branca, em uma cerimônia pequena e privada, que definiu um tom mais moderado com relação ao início histórico de sua Presidência quatro anos atrás.

Reunido com sua família no Salão Azul do principal andar cerimonial da Casa Branca, Obama colocou a mão sobre a Bíblia e recitou o juramento de 25 palavras que foi lido para ele pelo presidente da Suprema Corte dos Estados Unidos, John Roberts. Obama abraçou a mulher, Michelle, e disse “Obrigado”, depois que ela o parabenizou pela posse. Para a filha mais nova Obama depois do abraço disse; Consegui.
Obama, que obteve um segundo mandato em 7 de novembro ao derrotar o republicano Mitt Romney, abre a segunda rodada enfrentando muitos dos mesmos problemas que dificultaram o seu primeiro mandato: um desemprego alto e persistente, uma dívida esmagadora, e uma divisão partidária profunda sobre como solucionar as questões.
Isso tirou parte da euforia da segunda posse de Obama, mas ele foi animado em um serviço na Igreja Metropolitana Episcopal Metodista Africana, no centro de Washington, onde ele e Michelle, que está exibindo um novo penteado com franjas, bateram palmas e dançaram ao som de música gospel.
Na manhã de domingo, o vice-presidente, Joe Biden, foi empossado pela Juíza da Suprema Corte Sonia Sotomayor, que se tornou a primeira juíza hispânica a administrar um juramento de gabinete para um dos dois maiores cargos do país.

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