E se faltar energia?


Mercado vê racionamento 


O mercado de energia elétrica, e não o governo, antevê um racionamento de energia em 2013. Não é questão de opinião, mas o Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), que serve como base para a negociação de energia em contratos de curto prazo, aumentou mais de 60% para a semana que vem, de 5 a 11 de janeiro, alcançando quase 555 reais por MWh, na carga média.

O cenário que implica essa variaçao do preço é o de sempre, aliás o mesmo de quando precisou haver o racionamento no governo FHC. Reservatórios das hidrelétricas baixos, chuvas insuficientes para recompor os estoques e sistema das termoelétricas, em princípio usado só na alta estiagem, já praticamente todo acionado.

Também hoje o M inistério de Minas e Energia publicou autorização até o fim deste ano para importação de gás natural para alimentar a termelétrica de Uruguaiana (RS), da AES Brasil, que está desligada desde 2009, numa ação classificada como "heterodoxa". O que conta, então, é que os boatos se assentam em fatos.

Se acontecer, antes de um racionamento compulsório como o de 2001 e começo de 2002 no mandato de FHC, o governo pode lançar mão de medidas alternativas, como estimular a redução voluntária de consumo, premiando a economia na indústria e residências. Oferecer benefícios como conta mais barata a indústrias que concordem em reduzir temporariamente seu consumo energético.

Por enquanto, negócios à parte, o governo declina a necessidade de medidas de racionamento. Mas se os lagos das usinas continuarem como estão, com 28,83% da capacidade nas represas do Centro-Oeste, 38,95% nas do Sul e 41,24% nas do Norte; e as do Nordeste com 31,61% da capacidade, já abaixo da curva de aversão ao risco, indicam que os negócios já estão pagando sim o preço da situação de racionamento.

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