O
novo líder do PT na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), negou que a
posse de José Genoino (PT-SP) como deputado federal cause
constrangimentos à bancada. Guimarães é irmão de Genoino, que foi
condenado pelo Supremo Tribunal Federal no processo de mensalão por
formação de quadrilha e corrupção ativa.
“Não tem nada de constrangedor ou de constrangimento na bancada. A
bancada vive o auge do Estado Democrático de Direito. Vamos aguardar o
trânsito em julgado. Não vivemos em estado de exceção, vivemos em estado
de direito”, disse Guimarães à imprensa no momento em que Genoino
assumia o cargo.
O
líder petista se referiu à necessidade de que se esgotem todas as
possibilidades de recursos antes que o processo do Mensalão seja
concluído e que ocorra o trânsito em julgado. O trâmite pode levar tanto
tempo que é possível que Genoino exerça seu mandato como suplente até o
fim, em 2014.
Ambígua
Para o deputado federal petista Artur Bruno, a Carta Constitucional é
ambígua. “Ao mesmo tempo em que a Constituição define que a cassação de
mandato é uma atribuição do Poder Legislativo, a lei penal determina
que, quando alguém for condenado por improbidade administrativa, ele
perde os direitos políticos”. O deputado petista disse ainda que “eu
creio que haverá agora, depois da posse de Genoino, um acordo entre o
Poder Judiciário e o Poder Executivo para encontrar uma saída
republicana e constitucional para essa situação”.
Artur
Bruno salientou que “não podemos ter uma crise institucional entre dois
poderes que são independentes”. Por fim, o deputado cearense afirmou
que “Genoino tem o direito de assumir, já que a sentença ainda não
transitou em julgado e cabe recursos, portanto ele está no direito dele,
legítimo, de assumir uma vaga na Câmara Federal”. Artur Bruno lembrou
que José Genoino teve mais de 90 mil votos e, na condição de suplente,
tem direito à vaga.
Constrangimento
Já o deputado federal tucano Raimundo Gomes de Matos não poupou
críticas ao fato. Para ele, “não deixa de constranger a população
brasileira o Regimento Interno da Câmara Federal, permitir a posse de
políticos condenados pela maior corte jurídica do nosso País, como é o
caso do hoje deputado federal José Genoino”.
O tucano foi além e disse que “com certeza, sem o dinheiro proveniente
do Mensalão, comprovado pelo Judiciário, ele não teria obtido os 90 mil
votos da população de São Paulo. O mais vergonhoso é que o Ato de Posse
ocorreu em recinto da presidência da Câmara e de portas fechadas”.
Mais desconforto
Nem todos os petistas aceitaram normalmente a volta de Genoino ao
Congresso. O deputado Domingos Dutra (PT-MA) diz que, se fosse o colega,
não assumiria o cargo. Mesmo evitando fazer críticas diretas a Genoino,
Dutra concorda que o caso é constrangedor. “Abstraindo se tem petista
ou não, a situação é muito desconfortável”, afirmou o parlamentar. “É
contraditório ser condenado criminalmente e exercer o mandato. O
processo legislativo brasileiro é totalmente imoral”.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSem querer "magoar" seu partido, o Deputado Domingos Dutra foi muito bem em suas palavras.
ResponderExcluirSó não é mais vergonhoso para o povo brasileiro porque o mesmo não está mais interessado no mensalão. A festa já passou, já esqueceram o Joaquim Herói Barbosa e todos voltaram às suas vidas normais. O povo trabalhando e os políticos fazendo a politicagem.
Ícaro Vasconcelos
(Iguatu-CE)
Meu Deus. onde isso vai parar que vergonha.
ResponderExcluirQue também não entendi ainda,Urnas eletronicas nós presidios em tempo de eleição.