Muito
bem, agora temos o que fazer
Pelo
menos eu, que pretendo jogar fora um bocado de gravata demodê, camisas puídas
nas mangas e nas golas, sapatos com calcanhares inadequados à idade do usuário,
por fim, tirar o ranço das zangas do ano passado e correr pra loteria do
futuro, apostar todas as fichas na esperança de trabalhar direito, em paz, com
a seriedade de sempre, pelo menos no quesito não vender notícia, não vender
espaço, não vender a alma; jornalista pode vender o carro e ficar de-a-pé,
vender a casa e morar de aluguel, perder a mulher e sair pela aí mendigando
carinho, mas vender a alma e perder a dignidade é coisa feia, muito feia.
Então, com o sol já alto nesta quinta feira, vamos a 2013. Vamos por flores no
túmulo do PT que tanta esculhambação fez em Fortaleza e no Ceará onde reinou,
ou vamos orar pelo retorno àqueles princípios que um dia ordenaram os sonhos do
nosso dia-a-dia? Não sei, por isso mesmo vou em frente, mas deixo graves
anotações para cuidar no futuro. Vamos ao fundo do poço nas meladas do PSDB que
nem nadou e já morreu antes de chegar na praia, ou vamos esperar que homens da
grandeza de Marcos Cals e Fernando Hugo enterrem, com vergonha, suas cabeças na
areia movediça pelos malfeitos dos seus, lá deles, parceiros? Vamos acreditar
no PMDB e suas articulações de garganta profunda e versões cavilosas de luta
pelo povo, quando só pensa no próprio umbigo e as necessidades de suas pseudo
lideranças? E na seriedade que o PSOL pensa que tem, vamos fazer uma fezinha?
Olha, estou afirmando que vou desfazer-me de tudo o que passou por mim em 2012,
e não prestou, não por querer vida nova, mas é mesmo pra desapegar, largar pra
lá, tirar o mofo, espairecer, gritar meu grito mais forte de juventude, e o que
ainda dela restar, se é que sobrou alguma coisa aqui. Tem aqui umas cuecas
velhas, umas toalhas que já não enxugam, umas calças que já não me cabem, um
colchão velho que já troquei por um moderno sofá-cama e papel. Olhe, nunca num
ano só guardei tanto papel na vida. Tem documento secreto, documento não
secreto, documento que vale alguma coisa e documento que não vale o que a gata
enterra. Então, vai tudo pro lixo. Claro que as dívidas – e são raras –
continuam espetadas na parede. Pagá-las-ei quando e como puder. Os créditos a
meu favor de há muito perdoei. Não se preocupem em pagar-me os devedores. Abro
mão dos valores pra não perder o direito de chama-los de caloteiros. Os que me
sacanearam, perdoo mas não abro mão do sagrado direito de descrever cada um como um féla, um mau-caráter travestido de gente, um
bandido que um dia queimará no mármore do inferno, como ensinou aquela velha
novela. Então, dando os trâmites por findos, quero anunciar aos quatro ventos
que vou jogar fora todo meu texto cáustico, para ficar apenas com a banda
crítica, que assim também, nessa de virar anjo, tem que ficar pelo menos um
pouco de sacana. E ser sacana, nem que seja um pouco, de vez em quando, não
será de todo ruim. Quem não gosta de uma sacanagenzinha pra apimentar a
relação? Agora, vamos trabalhar.
A
frase: “Você não pode construir naquilo
que não conseguiu”. De um observador da cena.
Uma
troca pacífica
Na
Câmara de Fortaleza, sai um presidente de boa índole, entra um conciliador. Sai
um bom caráter, entra outro, este cheio de sentimentos de religiosidade, aquele
repleto de boa vontade. Ambos vividos na arte da política, daí o sucesso de um
e a expectativa de uma gestão presidencial vitoriosa. A troca de Acrísio Sena
por Walter Cavalcante assegura a Fortaleza uma transição não só pacífica, como
operosa para a Casa e para o povo.
Montanhas
de lixo
Tirei
os dois últimos dias pra pegar o carro e correr a periferia de Fortaleza.
Gente, com todo o respeito; é inacreditável. Nem a Maria deixou tanto lixo pro
Ciro limpar.
Manobras
acanalhadas
Na
hora de fechar o caixão a oposição ao prefeito eleito do Ipu, Serginho, tentou
uma última sacanagem: tirar do páreo um vereador que lhe daria maioria na
eleição da Mesa.
No
Ipu tinha...
Foi
mais doída a emenda do que o soneto; cooptaram um vereador do outro lado. Quem
conhece vereador pela aí sabe que tem deles que “agem”. Não seria diferente no
Ipu.
Faz
falta
A
irreverente competência de Paulo Oliveira fez falta esses dias, quando tirou
uma folguinha de nada. Dificilmente a Verdinha encontra um substituto à altura
do Pê Jota!
Já
anunciei
Roberto
Claudio está consultando sua assessoria jurídica para derrubar os atos da
ex-Prefeita Luiziane Lins, presenteando amigos e correligionários com gerencias
de órgãos públicos como o Pavilhão Atlantico e o Estoril.
Foi
feio
Gomes
de Matos, prefeito empossado no Crato,
mandou lacrar a Prefeitura antes de começar a trabalhar. Diz que por conta do
ex-Prefeito haver saqueado a Viúva.
Forçando
a barra
Tão
forçando a barra com nomes que hoje estariam longe dos “amores” de Cid Gomes
para substitui-lo no Governo. É esperar pra ver. Os que se lançaram não têm
cacife pra dizer: esse cara sou eu.
Derramando-se
ao amigo
De
Roberto Claudio para Ciro Gomes, no discurso de posse: “Uma referência de vida
para mim, um conselheiro fraterno, às vezes paternal, um grande amigo e o meu
mais duro e doce crítico.” O que quer dizer? Era de Ciro e do pai Roberto
Claudio que RC mais “apanhava” depois de suas falas na campanha.
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