O
juiz do Tribunal Regional Eleitoral do Ceará (TRE-CE) Raimundo Nonato
Silva Santos aceitou, ontem, a ação cautelar pedida pelo deputado
estadual Carlomano Marques (PMDB) para evitar a cassação do mandato.
O
juiz considerou que a cassação vai ser avaliada apenas quando forem
julgados todos os embargos. O Pleno do TRE decidiu, em dezembro do ano
passado, por quatro votos a dois, pela cassação do deputado, denunciado
pelo Ministério Público (MP) pela suposta prática de compra de voto.
Segundo o MP, a vereadora e irmã de Carlomano Marques, Magaly Marques
(PMDB), usou, em 2010, o comitê de campanha eleitoral do deputado para
realizar consultas médicas em troca de votos. O deputado acabou sendo
reeleito naquela eleição.
O
advogado dos irmãos, Irapuan Camurça, entrou com ação cautelar, na
última segunda-feira, visando derrubar a cassação do mandato de ambos.
Segundo
ele, a cassação “não tem legitimidade”, pois a condenação foi baseada
em gravações feitas sem autorização da Justiça, o que as torna ilegais
do ponto vista Jurídico. Da tribuna da Assembleia Legislativa,
Carlomano defendeu o seu mandato dizendo que “mesmo que eu tivesse feito
isso, não bastaria isso para que eu fosse cassado. Porque acompanhado
do ilícito provado você tem que ter a repercussão do fato. Se aquele
fato muda o destino da eleição”.
O
deputado peemedebista também criticou as provas contra ele. A prova
obtida pelo TRE que teve como base uma matéria publicada em um jornal de
Fortaleza, em novembro de 2010, onde um repórter se passou por um
paciente e constatou consultas médicas sendo realizadas dentro do comitê
da irmã do parlamentar.
Ainda
da tribuna da Casa, em tom dramático, declamou que “prefiro perder o
mandato lutando do que perder o mandado de joelho, porque sou inocente, a
maior covardia seria eu me calar, eu tenho consistência no que eu digo,
tenho a minha consciência, eu não pratiquei captação ilícito de voto,
nunca vi este jornalista, como vou aceitar esta culpa, como vou me olhar
o espelho?”. Já a vereadora Magaly Marques foi reeleita nas eleições de
outubro.
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