CARLOS BRICKMANN
Pode ficar
escandalizado desde já: na semana que vem, o senador Renan Calheiros
deve ser eleito presidente do Senado (e, portanto, presidente do
Congresso). Continue escandalizado: a menos que aconteça algo totalmente
inesperado, o deputado Henrique Alves será eleito presidente da Câmara
(e, portanto, o segundo na linha sucessória da Presidência da República,
atrás apenas do vice-presidente Michel Temer). Aliás, se por qualquer
motivo Alves não puder substituir a presidente da República, o próximo
na linha sucessória será Renan. Pode
deixar de escandalizar-se. Renan e Henrique Alves, ambos do PMDB, são
amplamente conhecidos pelos eleitores. Renan já teve de renunciar à
Presidência do Senado, para não ser cassado, quando alguns dos assuntos
que julgava particulares foram trazidos a público. Henrique Alves brigo
u com a própria irmã gêmea, Ana Catarina, por disputa de poder
político; brigou com a ex-esposa, Mônica Azambuja, pela partilha de bens
depois do divórcio (ela o acusou de subestimar o patrimônio do casal e
de ter remetido irregularmente muito dinheiro ao Exterior). No caso
dele, tudo já está certo: esta sua ex-esposa - bem como o filho de
Henrique Alves - estão bem empregados em Brasília, na Conab, Cia.
Nacional de Abastecimento, velho feudo do partido de ambos, o PMDB. Nada
disso é secreto; e, nas campanhas eleitorais, foi levantado por seus
adversários. Mesmo assim, ambos foram eleitos. Então, caro eleitor,
assuma a culpa: eles não chegaram lá sozinhos. Jamais teriam êxito sem seu precioso voto.
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