Gigolôs da história
No “Estado de S. Paulo”, um embusteiro, Eugenio Bucci, empregado de Lula e do PT, vomitou em cima da História:
1.-“O PT é um dos construtores, senão o principal, do Estado de Direito que hoje vivemos aqui. A começar pela derrubada da ditadura”.
2.-. “Foram as greves do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo, lideradas por Lula, que puseram contra a parede o aparato repressivo do regime militar, forçando o recuo definitivo.”
3. – “A campanha pelas Diretas-Já, que levou milhões às ruas em 1984, tinha José Dirceu na organização logística de todo o movimento”.
• ULYSSES - O economista, professor, três vezes deputado federal pelo MDB e PMDB do Paraná e ex-dirigente nacional do partido, Hélio Duque, não resistiu à fraude. Escreveu uma resposta que teve a maior repercussão:
1.-“As três afirmações são mistificadoras, onde os verdadeiros personagens da luta para redemocratizar o Brasil são executados sem nenhuma piedade. A ampla frente democrática reuniu no MDB a sua fundamental estrutura. Prisões, perseguições, cassações, exílios e mortes, ao longo de década e meia, marcaram a vida dos seus militantes”.
2. - “Líderes na Câmara como Mário Covas (1969) e Alencar Furtado (1977) foram sumariamente cassados pelo Ato Institucional nº 5. Parlamentares como Márcio Moreira Alves, Lisâneas Maciel, Hermano Alves, tantos outros, para sobreviver buscaram o exílio. O saudoso Ulysses, a cada revés reagia:“O MDB é como clara,quanto mais batem mais cresce”
3. – “Em 1970, a criação, pelo valente Francisco Pinto, do grupo dos “Autênticos”, levou ao enfrentamento direto com a ditadura. Em 1974, o MDB elegeu 16 senadores e mais de 180 deputados federais. O grito de liberdade, que estava preso na garganta, se manifestava pela via eleitoral. O governo Geisel, após patrocinar centenas de prisões, entendeu o recado das urnas e anunciou a transição “lenta e segura”. No final do seu governo revogou o draconiano Ato Institucional nº 5. Chico Buarque e Gil, na música “Cálice”, proclamavam: “De tão gorda a porca já não anda/ de tão usada a faca já não corta”. O enfraquecimento da ditadura era real”.
LULA
• 4. – “Em 1979, o Congresso Nacional aprovou a Anistia e restabeleceu as eleições diretas para os Estados. Afirmar que as greves, lideradas por Lula, é que forçaram o recuo definitivo é ficção da pior espécie. O PT só foi criado em 1980, quando a marcha para a redemocratização já era um fato. Afirmar ser o PT o principal responsável pelo Estado de Direito chega a ser risível. Em 1982, o MDB elegeu os governadores Franco Montoro, São Paulo; Tancredo Neves, Minas; José Richa, Paraná; Gerson Camata, Espírito Santo; Iris Rezende, Goiás; Jader Barbalho, Pará; Gilberto Mestrinho; Amazonas. E o PDT Leonel Brizola”.
5. – “Em 1984, quando as Diretas seriam votadas no Congresso, teve início a extraordinária mobilização da sociedade brasileira. Aqueles governadores eleitos pela oposição assumiram a linha de frente.
O primeiro grande comício foi em Curitiba em janeiro de 1984. Logo depois, São Paulo e Rio de Janeiro levaram às ruas milhões de brasileiros. O PT havia eleito em todo o Brasil, seis parlamentares, liderados pelo extraordinário deputado Airton Soares, que tanta falta faz à vida política brasileira e foi expulso do PT por votar em Tancredo Neves no colégio eleitoral”.
• DIRCEU - 6. – “Diz Bucci que “a campanha das Diretas-Já teve José Dirceu na organização logística de todo o movimento”. Parlamentar, vice-líder e dirigente do PMDB, atesto a falsidade da afirmação.
Ulysses Guimarães foi o principal condutor daquela epopeia histórica, sendo chamado pelo povo de “Senhor Diretas”, tendo em Montoro, Tancredo, Richa e Brizola, lideranças responsáveis pelo êxito mobilizador dos milhões de brasileiros”.
A História não é escrita por farsantes.
Sebastião Nery é jornalista, e meu amigo.
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