Democrata encerra sessão do Senado sem acordo fiscal

Líder da maioria democrata na casa, Harry Reid, afirma que não haverá mais voto no domingo. Ele espera que nesta segunda-feira – véspera do abismo fiscal – haja uma definição

Estátua de um homem representando o "Velho Mundo" decora a fonte do Memorial Cristóvão Colombo em frente à Union Station; ao fundo, o Capitólio, sede do Legislativo americano, em Washington
Sessão do domingo no Capitólio (prédio ao fundo) foi infrutífera (Mary Calvert/Reuters)
Para o senador Reid, ainda há tempo para um acordo. Ele admite, no entanto, que existe distância significativa entre as propostas republicana e democrata. Se não houver acordo, plano da Casa Branca é submeter a voto, nesta segunda, proposta democrata que prorroga cortes tributários para quem ganha até 250 mil dólares e subsídios de desemprego para 2 milhões de pessoas.
Quase 30 horas antes do temido "abismo fiscal" – 665 bilhões de dólares que serão sugados da economia americana em 2013 via cortes automáticos de gastos públicos e elevação de impostos –, o líder da maioria democrata no Senado, Harry Reid, encerrou neste domingo a sessão da Câmara Alta sem um acordo que pudesse evitá-lo. Portanto, esta segunda-feira, simplesmente a véspera da entrada em funcionamento do mecanismo, será marcada pelo tudo ou nada entre o Congresso e a Casa Branca para forjar uma solução para o problema.
"Vamos retornar amanhã (segunda-feira) às onze da manhã. Teremos mais anúncios, talvez às onze da manhã. Claro é o que espero", disse Reid em breves declarações no plenário do Senado. Ficou claro, portanto, que, ao menos neste domingo, não haverá nenhum voto no Senado – ainda que as negociações entre democratas e republicanos devam prosseguir pela madrugada.


Ao longo do domingo, tanto Reid quanto o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, mantiveram negociações febris, mas sem sucesso. Ambos buscavam um pacto bipartidário que prorrogue os cortes tributários da era Bush que vencem em 2012 e defina soluções para melhorar o perfil das contas públicas americanas.
Durante todo o fim de semana, no vaivém de ofertas, concessões e recriminações, os republicanos acabaram por aceitar retirar das negociações a exigência de cortar benefícios do sistema de Seguro Social (a Previdência Social americana) mediante uma complexa e polêmica fórmula rejeitada pelos democratas. Essa proposta, aventada no sábado, fez com que paralisassem neste domingo.
Os democratas, por sua vez, aceitaram aumentar de 250 mil dólares para 400 mil dólares o teto de renda abaixo do qual continuariam sendo aplicados os cortes tributários da gestão do ex-presidente George W. Bush. Os republicanos, contudo, ainda insistem que eles sejam prorrogados inclusive para os mais ricos.
"Agrada-me escutar os republicanos eliminarem sua exigência de cortar os benefícios do Seguro Social. A verdade é que nunca deveriam tê-lo colocado sobre a mesa", disse Reid.

Distanciamento – "Ainda existe uma distância significativa entre ambos os lados, mas as negociações continuam. Ainda há tempo de conseguir um acordo e pretendemos seguir as negociações', afirmou Reid, que previamente se manifestou 'esperançoso, mas realista sobre a possibilidade de conseguir um acordo'.
Se não for fechado um acordo, o plano de Reid é submeter a voto, nesta segunda-feira, a proposta democrata que prorroga os cortes tributários para quem ganha até 250 mil dólares e os subsídios de desemprego para dois milhões de pessoas, além de estabelecer as bases para futuras negociações para a redução do déficit orçamentário do país.
(com agência EFE)

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