Manaus: líder de Dilma minimiza êxito de tucano

Há 9.999 maneiras de perder uma eleição. Só há uma de vencer: obtendo mais votos do que o adversário. Em Manaus, as pesquisas indicam que o ex-senador Arthur Virgílio (PSDB) deve seduzir mais eleitores do que sua antagonista, a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB).
Líder de Dilma Rousseff no Senado, ex-governador do Amazonas e um dos principais apoiadores de Vanessa, Eduardo Braga (PMDB-AM) já contempla a hipótese de amargar um infortúnio. Confirmando-se o revés, terá trabalho para selecionar entre os 9.999 erros quais os que vão servir de justificativa.
Popularíssimos em Manaus, Lula e Dilma pisaram o palanque de Vanessa. Para Eduardo, a eventual derrota da candidata não tisnará o prestígio da dupla. “Nada a ver”, diz ele. “Pode fazer qualquer pesquisa em Manaus, qualquer consulta pública. Isso não existe.”
Na busca por explicações, Braga percorre um caminho tortuoso: “O que aconteceu aqui foi uma outra coisa. Tem a ver com traição, com um monte de coisa. Traição é uma série de conjunturas que estão envolvendo essa campanha. Tem que entender as forças ocultas que estão nesse processo, quem financiou quem.”
À sua maneira, Braga enxerga méritos em Virgílio, seu principal rival na política amazonense: “Enfim, se ela perder, é mérito do adversário, que conseguiu, em seis meses, sair de uma condição inviável até para candidato a vereador para ser prefeito da cidade de Manaus pela segunda vez, depois de ter feito uma administração desastrosa.”
Supondo-se que as premissas de Braga estejam corretas, Lula e Dilma terão se associado a um fracasso retumbante. Serão protagonistas de um enredo inacreditável, cujo epílogo será o triunfo de um ex-prefeito ruinoso, que há seis meses não se elegeria nem para uma cadeira de vereador.
Braga acha que o eventual êxito do ex-improvável terá efeito “zero” na cena nacional. “O que adianta o PSDB fazer o prefeito de Manaus e o Serra perder São Paulo? Compare a Prefeitura de São Paulo com a de Manaus. Essa eleição aqui é um fato isolado, da nossa provincial. […] É o jogo do poder local.”
Braga dá de ombros para a pregação do presidenciável tucano Aécio Neves segundo a qual o PSDB recuperou terreno nas regiões Nordeste e Norte. “Tentar extrapolar e dar a isso uma importância nacional é dar ao Artur e ao PSDB do Amazonas uma força que eles não têm.”
Nesse ponto, Braga verbaliza uma meia-verdade. É óbvio que Manaus não é São Paulo. Pode não ter influência decisiva no resultado de 2014. Mas se o efeito fosse nulo, Dilma e Lula não teriam jogado o prestígio na seara nebulosa da capital amazonense.

Penso eu - Exatamente por isso é que tão pensando, lá no Planalto, em tirar Braga do posto e dar o lugar pra Eunício Oliveira que aprendeu com o sogro, Paes de Andrade como liderar alguém.

Nenhum comentário:

Postar um comentário