O TST (Tribunal Superior do Trabalho) estipulou que 40% dos
funcionários em cada agência dos Correios devem manter as atividades
durante a greve da categoria. Caso a determinação não seja cumprida, a
Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios, Telégrafos
e Similares será multada em R$ 50 mil por dia.
A decisão será
publicada no Diário Oficial da Justiça hoje (20). A federação manifestou
insatisfação em relação à decisão da ministra Maria Cristina Peduzzi,
que conduziu a audiência de conciliação hoje entre as partes, que acabou
sem acordo. Segundo Maria Cristina, foi considerada a proximidade do
período eleitoral e a necessidade de manutenção dos serviços.
De
acordo com a Fentect, a maioria dos funcionários aderiram à paralisação,
o equivalente a 117 mil dos 120 mil empregados. Segundo os Correios,
apenas 9% dos trabalhadores aderiram. Dos 35 sindicatos filiados à
federação, 25 estão parados. Com a decisão do TST, devem trabalhar, no
mínimo, 48 mil funcionários.
Na audiência de conciliação, a
ministra Cristina Peduzzi propôs reajuste salarial de 5,2%, aumento
linear de R$ 80, pagamento de bonificação no final de ano em parcela
única de R$ 575 e a negociação conjunta das demais questões
reivindicadas pelos trabalhadores.
A Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos (ECT) rejeitou o aumento linear de R$ 80,
argumentando impacto de cerca de R$ 950 milhões.
A Fentect reclama
que a empresa não repassa os lucros aos trabalhadores e pedem reajuste
de 43% (33% de reposição e 10% de aumento), aumento linear de R$ 200,
benefícios, esclarecimentos sobre possíveis mudanças no plano de saúde
empresarial, pagamento de bonificação no final de ano e melhorias das
condições de trabalho. Funcionários relataram à Agência Brasil que em
muitos locais faltam protetor solar, bicicletas, uniformes, cadeiras e
carimbos. Atualmente, a base salarial dos trabalhadores dos Correios é
aproximadamente R$ 943.
As partes (funcionários e direção da
empresa) têm até o meio-dia da próxima segunda (24) para se manifestarem
sobre o andamento das negociações. Caso não haja retorno, o dissídio
será encaminhado à ministra do TST, Kátia Arruda.
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