Pose de vítima, eis o segredo de Russomanno


Numa fase em que o mensalão ainda não o havia transformado em marqueteiro radioativo, Duda Mendonça ensinava aos candidatos que recorriam aos seus préstimos: pancadaria não enche urna. Celso Russomanno, o ex-azarão que lidera as pesquisas em São Paulo, parece guiar-se por essa lógica.
Alvejado tardiamente pelos adversários, Russomanno usa o pouco tempo de propaganda de que dispõe (2min09s) para fazer pose. A penúltima pose levada ao ar por ele foi a de vítima. Tacha de mentirosos os reparos feitos à sua biografia. Com isso, exime-se de prestar os esclarecimentos.
No final de semana, por exemplo, revelou-se que Russomanno pendurou na folha da Câmara uma funcionária de suas empresas. Referindo-se ao trabalho do candidato como telerepórter dos consumidores, Marta Suplicy disse num comício: “Aquilo que ele faz é pilantragem, é negócio. Ele faz comércio com a angústia do povo, com a infelicidade, com a tristeza das pessoas.”
Russomanno finge-se de morto. Se Duda Mendonça estiver certo, reside aí uma parte do segredo do sucesso do candidato do PRB, até ontem um filiado do PP de Paulo Maluf.

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