A ultima coca-cola do deserto


Uma nova proposta, após oito dias de greve, não motivou os bancários cearenses a retornarem ao trabalho. Ontem, durante assembleia com a categoria, os reajustes de 8,5% para os pisos iniciais e 7,5% sobre os demais salários não foram aceitos e a paralisação continua. No restante do País, os sindicatos seguiram a orientação da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf) e optaram pela retomada do trabalho, hoje, nos bancos particulares.

De acordo com o coordenador da Comissão Nacional dos Funcionários do BNB, Tomaz de Aquino, a intenção inicial era de que a votação, na sede do Sindicato dos Bancários do Ceará (Seeb/CE), fosse separada para funcionários de rede privada e da rede pública. “A assembleia, entretanto, não aceitou esta divisão. Por maioria, a greve continua no Ceará”, afirmou. O próximo encontro da categoria deverá acontecer segunda-feira (1º) e, até lá, o clima é de imprecisão quanto ao funcionamento das agências e futuras negociações.

Os funcionários de bancos privados (Bradesco, Itaú, Santander e HSBC), orientados pela Contraf, aprovaram a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenabran). Portanto, tendo em vista que a representação da Fenabran é nacional, novas propostas não deverão ser feitas apenas à categoria do Ceará. Segundo Tomaz, cerca de 400 bancários compareceram à assembleia, ontem, onde 70% votaram pela continuidade da greve.

Conforme dados do Seeb/CE, das 509 unidades bancárias no Ceará (484 agências e 25 postos de atendimento específico), 353 estiveram paradas durante a greve, representando 69,35% do total. Na Capital, ainda de acordo com o Sindicato, das 217 agências, 192 estiveram fechadas.
PROPOSTAS
A primeira proposta feita pela Fenabran oferecia reajuste de 6%, enquanto o Comando Nacional dos Bancários reivindicava aumento de 10,25%. Banco do Brasil (BB), Banco do Nordeste (BNB) e Caixa Econômica Federal apresentaram a mesma proposta da Fenabran.

De acordo com o diretor do Seeb/CE e funcionário do Itaú, Ribamar Pacheco, o aumento real (além da inflação) será de 2,02% para os salários graduais e de 2,95% para os iniciais. “Na Participação nos Lucros e Resultados [PRL], o aumento foi de 10%”, afirmou. A PRL é um pagamento anual, executado de duas formas: proporcional ao salário de cada funcionário e fixo a todos os trabalhadores, de acordo com o lucro na instituição financeira.

Nenhum comentário:

Postar um comentário