Sindifisco encara a patroa e pode dar tiro no pé


O Sindifisco, sindicato que representa a corporação dos auditores da Receita Federal, decidiu medir forças com Dilma Rousseff. Refugou o reajuste salarial oferecido pelo governo e programou para a próxima semana uma operação-padrão de 48 horas (terça e quarta-feira).
Sob ordens de Dilma, o Ministério do Planejamento levou à mesa uma oferta de reajuste de 15,8%. A proposta foi submetida a voto pelo Sindifisco. Até o final da tarde desta sexta (24), haviam sido recolhidos os votos de 3.903 auditores. A rejeição à oferta do governo roçou a unanimidade: 98,88%.
O sindicato informa que a operação-padrão afetará a Receita na zona secundária (gabinetes) e também na zona primária (aduanas). Em verdade, os auditores operam em ritmo de tartaruga nas aduanas desde junho. Dilma mandou dizer que os 15,8% constituem sua oferta final. Disso não passará.
Se for assim, ameaça o Sindifisco, haverá assembleia geral da categoria em 4 de setembro. Nesse encontro, pode-se deliberar pela greve nacional. Mantido o cabo-de-guerra, chega-se a uma situação paradoxal.
Na ativa, os auditores do fisco ajudam a forrar as arcas do governo. Paralisados, debilitam um caixa que Dilma alega já ser insuficiente para pagar os pretendidos reajustes. Supondo-se que a presidente fala sério, alguém está na bica de dar um tiro no pé.

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