Estórias em tempos de advogados e juizes na peleja eleitoral

"Esselentíssimo" juiz

Ao transitar pelos corredores do Tribunal, 
o advogado (e professor) foi chamado por um dos juízes: 

- Olhe só o erro ortográfico 
grosseiro que temos nesta petição. 

Estampado logo na primeira linha da petição, 
lia-se: "Esselentíssimo Juiz". Gargalhando, 
o magistrado perguntou:

- Por acaso esse advogado foi seu aluno 
na faculdade?

- Foi sim - reconheceu o mestre. Mas aonde está o erro ortográfico 
a que o senhor se refere? 

O juÍz pareceu surpreendido:

- Ora, meu caro, você não 
sabe como se escreve a palavra "excelentíssimo"? 
Então o catedrático explicou:

- Acredito que a expressão pode 
significar duas coisas diferentes. Se o colega desejava referir-se a excelência 
dos seus serviços, o erro ortográfico efetivamente é 
grosseiro. Entretanto, se fazia alusão à morosidade da prestação 
jurisdicional, o equívoco reside apenas na junção inapropriada 
de duas palavras. O certo então seria dizer: "ESSE LENTÍSSIMO 
JUIZ". 
Depois disso, aquele magistrado nunca mais 
aceitou o tratamento de "Excelentíssimo Juiz" sem antes perguntar:

- Devo receber a expressão como extremo de excelência ou como 
superlativo de lento?

Nenhum comentário:

Postar um comentário