Dilma diz a Cameron ser contra intervenção militar na Síria


A presidente Dilma Rousseff disse ao primeiro-ministro britânico, David Cameron, nesta quarta-feira que o Brasil é contra uma intervenção militar na Síria.
Segundo a presidente afirmou ao premiê, o Brasil se preocupa que uma intervenção possa colocar a Síria em situações semelhantes às de Iraque e Afeganistão. "A presidente disse que uma intervenção militar não vai solucionar a questão na Síria", disse o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.

Dilma Rousseff (dir.) e o primeiro-ministro britânico, David Cameron
Dilma Rousseff (dir.) e o primeiro-ministro britânico, David Cameron
Segundo o ministro, Dilma afirmou ainda a Cameron que o Brasil é solidário à Argentina na questão das Malvinas.
O encontro ocorreu na Downing Street, residência oficial do primeiro-ministro e contou com a presença dos ministros Aloizio Mercadante (Educação) e Antonio Patriota (Relações Exteriores).
Dilma chegou a Londres nesta quarta sem falar com a imprensa. A presidente veio para cidade inglesa participar da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de 2012 na sexta, promover os Jogos de 2016 no Rio, e ter encontros políticos. Na sexta, por exemplo, ela tem encontro com o líder do Partido Trabalhista e da oposição, Ed Milliband.
Aliás, no mesmo dia, além da cerimônia de abertura, Dilma vai almoçar com atletas brasileiros no Crystal Palace, base oficial de treinamento da delegação. A presidente visita na noite anterior a Casa Brasil, espaço criado para promover os Jogos Olímpicos no Rio, em 2016. A expectativa é que, neste evento, Dilma se reúna com o presidente do COI, Jacques Rogge.
A presidente ainda vai participar de um coquetel que a rainha Elizabeth 2ª oferecerá a chefes de Estado na sexta à tarde, antes da cerimônia de abertura dos jogos. Dilma também vai visitar o Museu de Ciências de Londres. Pelo menos seis ministros vieram na comitiva da presidente, além do presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS).
EMBAIXADORA
Mais cedo, a embaixadora brasileira na ONU (Organização das Nações Unidas), Maria Luiza Ribeiro Viotti, afirmou que a crise síria pode ser chamada de uma guerra civil, um dos sinais mais fortes do Itamaraty em relação ao confronto entre a oposição e o regime de Bashar Assad, iniciado há 16 meses.
"Infelizmente, como foi apontado pela Cruz Vermelha, enfrentamos os terríveis sintomas e consequências do que pode ser agora caracterizado como um conflito armado não internacional", afirmou a representante brasileira, em debate aberto na ONU sobre Oriente Médio.
O termo "conflito armado não internacional" é usado pelos diplomatas entre seus pares para descrever guerra civil. Viotti também disse que o país acompanha "com angústia e extrema inquietação" a crise síria e as dificuldades do Conselho de Segurança em conseguir consenso para lidar com o conflito.
Ela também pediu um "cessar fogo urgente" e apoio ao plano de paz proposto pelo enviado especial da ONU à Síria, Kofi Annan, em abril, e ao plano de transição aprovado pelo mediador e as potências em Genebra, em 30 de junho.
"É a melhor possibilidade de evitar o aprofundamento de ciclo de destruição que poderá apenas causar mais sofrimento à população síria, gerando fluxos crescentes de refugiados e aumentando o risco de afetar a região como um todo, com consequências imprevisíveis para o Oriente Médio e para a paz e segurança internacionais".
A embaixadora ainda comemorou a ampliação por 30 dias da missão de observadores da organização e mostrou preocupação com o possível uso de armas químicas pelo regime de Assad.

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