A viagem da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), aos Estados
Unidos causou polêmica ontem na Câmara Municipal de Fortaleza e pode
até chegar a ser investigada pelo Ministério Público Estadual (MPE).
Isso porque, segundo o vereador Marcelo Mendes (PTC) – que é
pré-candidato a prefeito de Fortaleza – Luizianne teria deixado de
observar a Lei Orgânica do Município (LOM) ao viajar sem pedir
autorização do Poder Legislativo. Ontem, o presidente da sessão
ordinária, Carlos Mesquita (PMDB), acatou o comunicado enviado à Câmara
por Luizianne informando sua ausência da cidade.
Mas,
para Marcelo Mendes, comunicar não é o bastante. Segundo ele, Luizianne
precisaria pedir autorização e só poderia viajar em caso do
consentimento do Poder Legislativo. O objeto da polêmica é o inciso 38
do artigo 83 da LOM, que diz o seguinte: “Compete ao Prefeito, entre
outras atribuições: solicitar, obrigatoriamente, autorização à Câmara
Municipal para ausentar-se do Município, por tempo superior a 10 (dez)
dias, salvo em viagens ao exterior, quando a solicitação de autorização
se dará em qualquer tempo”.
Para Marcelo Mendes, a
expressão “em qualquer tempo” significa que, independentemente do tempo
de duração da viagem, Luizianne precisaria pedir autorização à Câmara.
No caso atual, serão cinco dias de ausência da prefeita na cidade. Já
para Mesquita – que é ex-presidente da Câmara e um dos vereadores com
maior tempo de experiência no parlamento municipal – “em qualquer
tempo”, na verdade, determina que a prefeita pode deixar para pedir
autorização à Câmara em qualquer ocasião, inclusive durante a viagem ou
mesmo depois de voltar à cidade.
Mesquita contextualizou
seu entendimento, explicando que o inciso 38 do artigo 83 da LOM foi
instituído por emenda à LOM feita pelos vereadores de Fortaleza para
proteger o ex-prefeito Juraci Magalhães, que enfrentou fortes
questionamentos ao viajar para fora do País sem pedir autorização à
Câmara. “Como a maioria dos vereadores era aliada do prefeito, foi
feita essa emenda para garantir que pudesse pedir a autorização para
viajar mesmo depois de chegar da viagem”, disse.
Marcelo
Mendes considerou inaceitável que o prefeito possa pedir autorização
nessas condições: “Quer dizer que eu vou pedir seu carro emprestado,
você autoriza e eu digo o seguinte pra você: olha, na verdade, eu já
usei o seu carro antes mesmo de você autorizar. Isso não existe”,
reclamou Marcelo, em conversa com O POVO.
Marcelo quer é aparecer. Ele precisa ler a LOM não é para ficar lombrado e sim para interpreta-la corretamente.
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