Opinião

A revista Veja e o governador

Não tenho pelo governador Cid Gomes, senão a admiração e o respeito que todos cearenses lhe devem pela sua dedicação ao trabalho que desenvolve à frente do governo do Estado. 
Mas não posso e não devo ficar calado ante as frequentes provocações que lhe são feitas pela revista “Veja”, que frequentemente ocupa-se em dar pequenas notas, tentando desmerecer sua imagem de homem público inteiramente voltado para a administração pública.
Por que esta publicação nacional, da Editora Abril, faz tanto escarcéu com qualquer passo que dá o governador, deixando de publicar fatos mais importantes, mais merecedores de divulgação e que deveriam estar nas manchetes e não estão? Por que se prioriza, no exame de fatos relativos ao Ceará, aqueles mais inexpressivos aos quais nem nós mesmos, cearenses, somos capazes atribuir qualquer importância ?
Essa coisa está acontecendo pelo vezo que tem a mencionada revista em ver na divulgação de fatos desprezíveis, a solerte maneira de causar prejuizos à imagem pública do governador e, através desse estratagema, captar recursos para seus cofres. Isso é lamentável. Profundamente lamentável. 
Não se concebe que uma empresa enverede por esse caminho, com o deliberado propósito de denegrir quem quer seja. Muito menos o senhor Cid Gomes que, a meu ver, só tem satisfações a dar, de seus atos administrativos apenas ao povo do Ceará.
- Mas que “casquinha” pretende tirar a revista em detrimento da imagem do governador dos cearenses ?
Como alguém que viveu a experiência de conhecer de perto o problema de comunicação entre tais publicações e o Governo do Estado, imagino saber o que ocorre. 
Se é o que penso, o governador está certo em não dar publicidade a uma revista portentosa, que não depende das minguadas verbas dos cearenses, para manter seu status de grande revista nacional. 
Alguém tem que dizer a “Veja”, que ela é muito poderosa e é uma revista de razoável conteúdo apesar dos pezares - mas não pode ofender ninguém. 
Principalmente a um governador bem intencionado que, pelo menos até agora, - durante um primeiro mandato e parte do segundo, tem merecido o maior respeito da gente cearense.
Como diria Blanchard Girão, nos áureos tempos da Radio Dragão Mar, esta é a nossa palavra. A palavra que penso ser do Ceará e que passo adiante, porque é o povo cearense quem tem legitimidade para dizer aos diretores de “Veja’: nós aqui já sabemos do que se trata. 


J.Ciro Saraiva
(Jornalista, escritor e ex-Secretário de Comunicação Social do Governo do Estado do Ceará)