Milhares em busca de cura em Fortaleza


SARA OLIVEIRA
saraoliveira@oestadoce.com.br

Dias de pedidos, mazelas, bênçãos, lágrimas e aplausos. O encontro de evangelização III Misericórdia Brasil lotou os 17 mil assentos do Ginásio Paulo Sarasate, Aldeota, nos. Mas havia outras centenas de pessoas, todas à procura de cura. “Se não conseguirmos a cura física, voltamos para casa com a espiritual”, disse o comerciante Genilson Alves Ferreira, 44, que quer voltar a enxergar. 

A esperança de Genilson, sua esposa e filho, é que as mãos do padre Rufus, um sacerdote indiano famoso pelas curas, milagres e prodígios durante suas pregações, diminuam a sofrimento da família. “A gente tem aprendido muito depois que fiquei cego. Há alguns dias, o médico disse que a ciência já tinha feito tudo o que podia por mim. Mas Deus sempre poderá fazer mais”, disse, enquanto chorava e abraçava a esposa. Em 2010, após um acidente de trânsito, Genilson convive com a cegueira de 85%, sequela de um traumatismo craniano.

Assim como o comerciante, a esperança pelo melhor movia todos dentro do Ginásio. Tudo dedicado a Deus, por intermédio do padre Rufus. Ao deixar o altar, o sacerdote recebia inúmeras cartas, pedidos por alívio ao sofrimento. Muitas, inclusive, já em inglês. Papéis caiam das altas arquibancadas, enquanto crianças e adultos amontoavam-se por uma bênção, ou apenas um toque do padre.
PROBLEMAS DO ESPÍRITO
Após sua pregação, padre Rufus “atendeu” alguns fiéis. O comerciante Genilson era um dos cerca de 15 que o esperava. “Mãos em cima da cabeça, a força da fé e pensamentos em tudo o que se deseja”, descreveu o comerciante, sobre a benção que acabara de receber. Para ele, a partir de agora, a vida será mais cheia de cor. “A perda da minha visão me aproximou da minha família e de Deus, não há nada maior do que isso”, concluiu.

“A maioria pede cura para emoções, por problemas de espírito. Eles dizem seus problemas e a razão de cada um, porque isso é o mais importante. Digo-lhes para não ouvir outras pessoas, só a Deus. Depois de ouvi-los, rezo por eles”, explicou o padre. Pela terceira vez no Ceará, o sacerdote disse que muitos fiéis procuram ajuda local e não a conseguem, por isso vão até lá e pedem mais ajuda.

Como vice-presidente da Associação Internacional de Exorcistas, padre Rufus afirma que tem o apoio da Igreja Católica. “Em cada semana estou em um país diferente, e a igreja apoia o trabalho que faço. 
Por isso sou presidente da Associação Internacional para o Ministério da Libertação”, acrescentou. Quando questionado sobre os muitos problemas que o chegam, e se isso o influencia de forma negativa, ele destacou: “Cada pessoa é diferente da outra. Quando escuto um problema, eu só penso e rezo”.

O III Misericórdia Brasil é promovido pelo Instituto Hesed (palavra hebraica que significa misericórdia), fundado pelas irmãs Jane Madeleine e Kelly Patrícia, que também apresenta o show Busca de Deus. Foram dois dias de evento (10 e 11 de março), com início às 8 horas e término à 21 horas.

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