Dilma participou de sessão solene alusiva ao Dia Internacional da Mulher, celebrado na quarta-feira (8) passada. Uma das oradoras, a deputada Benedita da Silva (PT-RJ) dirigiu um apelo a Michel Temer, que acompanhou Dilma no evento.
“Vice-presidente Michel Temer, cuide bem dela, porque ela está cuidando do Brasil e nós estamos de olho”. Ao discursar Dilma absteve-se de tratar da crise que eletrifica suas relações com o PMDB de Temer e com as outras 13 legendas associadas ao consórcio governista.
Como que incomodada com o papel a que foi relegada pela companheira Benedita –o de mulher frágil, necessitada da proteção masculina— Dilma apressou-se em destacar que “homens e mulheres atuam em conjunto, como eu e o vice presidente Michel Temer, que a Benedita disse que deve cuidar de mim. Eu também vou cuidar do vice-presidente Temer.”
Na sua vez de ocupar o microfone, o presidento do Senado, que anda criticando Dilma noescurinho do anonimado, esmerou-se nos elogios a ela diante dos refletores. Enalteceu-lhe a “capacidade de trabalho”, o “caráter de mulher” e a “visão de futuro”.
Ao discorrer sobre a biografia da homenageada, Sarney recordou a luta de Dilma contra a ditadura à qual ele se associara. Disse que, em função do enfrentamento, Dilma poderia ter se tornado uma personagem “amarga”. Em vez disso, converteu-se nessa “criatura extraordinária”.
Quem assistiu à sessão ficou com a impressão de que são mesmo democráticos os ambientes do Senado. Ali, além da algaravia das alcatéias, soam o canto da sereia e o riso da hiena. A cerimônia só não foi completa porque faltou-lhe o adorno de umas gotas de lágrimas de crocodilo.
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