Estão puxando cobra pros pés


Militares reagem e aumenta adesão a manifesto contra o governo

Com anúncio de punição aos militares que assinaram o manifesto "Alerta à Nação - eles que venham, aqui não passarão", texto que critica a interferência do governo Dilma, publicado no site do Clube Militar, aumentou a adesão de militares ao movimento e civis também passaram a assinar o texto.

A reação começou com a decisão do governo em punir por indisciplina os militares que assinam o manifesto. No texto, os militares da reserva criticaram a interferência do governo no site do Clube Militar e o veto a um texto ali publicado que critica a presidente Dilma Rousseff e duas ministras. Nesse "Alerta à Nação", os oficiais afirmam não reconhecer "qualquer tipo de autoridade ou legitimidade” de Celso Amorim para determinar a retirada do texto.Com a atualização feita na tarde desta sexta-feira, no site "A verdade sufocada", o número de assinantes passou para 322 militares e 64 de civis. Na terça-feira, eram cem militares.
"Em uníssono, reafirmamos a validade do conteúdo do Manifesto publicado no site do Clube Militar, a partir do dia 16 de fevereiro, e dele retirado, segundo o publicado em jornais de circulação nacional, por ordem do Ministro da Defesa, a quem não reconhecemos qualquer tipo de autoridade ou legitimidade para fazê-lo", diz o documento.
Como no manifesto vetado no site do Clube Militar, o documento divulgado terça-feira também critica a criação da Comissão da Verdade. "A aprovação da Comissão da Verdade foi um ato inconsequente, de revanchismo explícito e de afronta à Lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo".
O texto publicado no site do Clube Militar atribuía a Maria do Rosário e a Eleonora Menicucci declarações que estariam a serviço do que classificaram de "minoria sectária", disposta a reabrir feridas do passado. O primeiro manifesto polêmico foi assinado pelos presidentes do Clube Militar, Renato Cesar Tibau Costa; do Clube Naval, Ricardo Cabral; e do Clube da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista, todos já na reserva. No texto, dizem que Rosário vem apregoando a possibilidade de apresentação de ações judiciais para criminalizar agentes da repressão, enquanto Menicucci teria usado a cerimônia de posse — em 10 de fevereiro — para tecer "críticas exacerbadas aos governos militares", sendo aplaudida por todos, até pela presidente.
O texto diz ainda que o Clube Militar não se intimida e continuará atento e vigilante e diz que as Forças Armadas são a instituição com maior credibilidade na opinião pública.
Dois ex-chefes do Comando Militar do Leste assinam
A reação ganhou apoio de oficiais que deixaram a ativa recentemente e foram para a reserva. São oficiais que integraram o Alto Comando do Exército e que promoveram, quando lá estivam, dezenas de generais que continuam na ativa. Por isso, esses generais da reserva gozam de respeito dos antigos subordinados.
Entre os generais que foram recentemente para a reserva e que assinaram o manifesto estão dois oficiais que até recentemente chefiavam o Comando Militar do Leste: o general Luiz Cesário da Silveira Filho, que foi para a reserva em maio de 2009; e o general Rui Alves Catão, que deixou a ativa em maio de 2010.
Cesário, em seu discurso de despedida do Comando, exaltou o golpe militar de 1964, disse que participou deste movimento sob a incontestável liderança do então general de brigada Emilio Garrastazu Médici, “de patriótica atuação posteriormente na Presidência”. Cesário ainda criticou o então ministro da Defesa Nelson Jobim e escreveu um artigo intitulado: “Um Jobim fora do tom”. Para completar, Cesário atacou a concessão da patente de coronel a Carlos Lamarca, guerrilheiro da VPR, que foi chamado por ele de “assassino”.Antônio Araújo de Medeiros, outro general de Exército da reserva que aderiu ao movimento, foi instrutor do antigo Serviço Nacional de Informações (SNI). O general Valdésio Guilherme de Figueiredo, outro a aderir, integrou o Superior Tribunal Militar (STM). Gilberto Barbosa de Figueiredo, ex-presidente do Clube Militar, também subscreve o documento. Além dos 44 generais, assinam o manifesto 195 coronéis, 32 tenentes-coronéis, 11 majores, 12 capitães, 14 tenentes, 9 subtenentes, 8 sargentos e um cabo.
A lista com as adesões é atualizada diariamente e está publicada no site “A verdade sufocada”, controlado pelo coronel Carlos Brilhante Ustra, que foi comandante do Doi-Codi entre 1970 a 1974.
A reação começou com a decisão do governo em punir por indisciplina os que assinam o manifesto. No texto, os militares da reserva criticaram a interferência do governo no site do Clube Militar e o veto a um texto ali publicado criticando a presidente Dilma Rousseff e duas ministras.
Autores não reconhecem autoridade de Amorim
No “Alerta à Nação”, os oficiais dizem não reconhecer “qualquer tipo de autoridade ou legitimidade” de Celso Amorim para determinar a retirada do texto.
“Em uníssono, reafirmamos a validade do conteúdo do manifesto publicado no site do Clube Militar, a partir do dia 16 de fevereiro, e dele retirado, segundo o publicado em jornais de circulação nacional, por ordem do ministro da Defesa, a quem não reconhecemos qualquer tipo de autoridade ou legitimidade para fazê-lo”, diz o documento.
Como no manifesto vetado no site do Clube Militar, o documento também critica a criação da Comissão da Verdade. “A aprovação da Comissão da Verdade foi um ato inconsequente, de revanchismo explícito e de afronta à Lei da Anistia com o beneplácito, inaceitável, do atual governo”. O texto publicado no site atribuía a Maria do Rosário e a Eleonora Menicucci declarações que estariam a serviço do que classificaram de “minoria sectária”, disposta a reabrir feridas do passado.


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