Editorial de hoje do JOrnal O Estado


Saúde em mau caminho


 Mais um dado estarrecedor no que concerne à saúde pública no Brasil.
Uma pesquisa realizada pelo próprio governo federal, por meio do Ministério da Saúde, avaliou que mais de 20% dos municípios brasileiros tiveram desempenho pior que cinco no Índice de Desempenho do Sistema Único de Saúde (IDSUS), um indicador que varia de zero a dez, sendo esta última a nota considerada ideal e que representa a abrangência e a qualidade do serviço prestado.

Percebe-se, analisando o estudo, o grau de desigualdade que há entre as cidades do Norte do Brasil – onde o percentual de cidades com desempenho abaixo de cinco chega ao extremo negativo de 58,3% - e as do Sul, onde apenas 3,7% dos municípios obtiveram essa nota. Fortaleza saiu-se de forma absolutamente vexatória.
Com uma nota de 5,18, a capital do Ceará obteve o sexto pior desempenho entre o grupo de cidades com perfis socioeconômicos e de estrutura semelhantes.
Ressalte-se que o Ministério da Saúde foi a Pasta que teve o maior corte no Orçamento este ano, quase R$ 6 bilhões. O resultado é catastrófico, principalmente quando leva-se em conta que a Saúde já tem uma enorme demanda reprimida e que cresce a cada ano. O povo que precisa utilizar o sistema público, em particular, a parcela mais pobre da população, é quem arca com as consequências nefastas desses cortes, e para 61% dos entrevistados em uma pesquisa realizada pelo Ibope, a saúde brasileira é ruim ou péssima, se somente 10% dos ouvidos classificam como ótima ou boa a área.

Em um País sufocado por uma das maiores taxas tributárias do planeta – taxas essas que oneram sobremaneira os mais pobres – é preciso cobrar dos governantes um serviço mais transparente, racional e, principalmente, eficiente, já que se trata da vida e da saúde de seres humanos que merecem um atendimento à altura dos impostos que pagam.

Um comentário:

  1. O correto é para a saúde, educação e segurança serem estadualizadas e a União disponibilizar um fundo para dar apoio financeiro. Enquanto as prefeituras tiverem Ambulância, o município não precisa contratar o pessoal da área de saúde.Sabemos que estes Prefeitos, a maioria, são larápios.CONSTATADO.

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