Bancos negligenciam normas de segurança



THATIANY NASCIMENTO
thatynascimento@oestadoce.com.br
Em sete meses, quatro agências bancárias, em Fortaleza, foram assaltadas durante o horário de expediente. Nenhuma possuía portas giratórias. Segundo o titular da Delegacia de Roubos e Furtos, Romério Almeida, a facilidade para entrar e sair das agências é apontada, por todos os assaltantes presos, como fator determinante para a escolha dos locais onde os crimes foram cometidos. A população segue em alerta, enquanto o cumprimento da lei (que prevê a obrigatoriedade do equipamento), a fiscalização e a admissão de responsabilidades continuam sendo ignoradas.

“Enquanto ninguém se acerta, a insegurança permanece. Quem sofre com isso são os clientes e os profissionais que arriscam a vida”, destacou o delegado. Apesar de não inibirem completamente a possibilidade de assaltos, as portas, segundo Romério, dificultam consideravelmente a ação de grupos armados. “No assalto do Bradesco da Santos Dumont [terça-feira], um dos ladrões presos [Ronaldo da Silva Santos] reafirmou esse argumento. A agência foi escolhida por não ter porta giratória”, completou. 

O delegado afirmou que não há justificativa para a retirada dos equipamentos de segurança. Posição também defendida pelo Sindicato dos Bancários do Ceará (Seeb). Conforme o diretor do Seeb, Robério Ximenes, a ausência das portas giratórias e dos biombos nos caixas eletrônicos, são reivindicações prioritárias da categoria. “As pessoas trabalham com medo. No Bradesco, apenas algumas agências têm portas giratórias. Nas do Itaú, eles estão é retirando o mecanismo. É só observar as agências do Centro”, garantiu. 

LEIS NÃO RESPEITADAS
Embora previstos na legislação municipal, os mecanismos de porta giratória e biombo não são respeitados. Segundo o vereador Iraguassu Teixeira (PDT), a Lei 7274, de 1993, obriga os bancos a instalarem portas de segurança em suas unidades, no entanto, a ausência de fiscalização colabora para o não cumprimento da legislação. “A lei está em vigor, mas o poder público não faz sua parte”, ressaltou o parlamentar. Ele disse ainda, que o Bradesco questionou a norma na Justiça e obteve liminar para o não cumprimento. 

A assessoria de comunicação do Bradesco não confirmou a informação e disse que o banco não irá manifestar-se sobre o assunto. Já a assessoria do Procon Fortaleza, órgão que tem o papel fiscalizador, informou que não há nenhuma ação neste sentido. De acordo com as informações disponibilizadas, a vistoria das agências depende da assinatura de um convênio com o orgão estadual de defesa do consumidor, o Decon. Ao ser procurada pelo jornal O Estado para esclarecer a questão, a representante do Procon não mais atendeu às ligações e também não retornou até o fechamento da edição. O contato com a assessoria do Itaú também não obteve êxito.

Penso eu - Não mantenha conta corrente nem poupança em banco que não garante sua segurança. 

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