A vida repete a vida

Fortaleza já teve um hilário momento político. Foi quando de manhã tinha um prefeito e à outro. Foi uma das maiores, com perdão da palavra, esculhambações que já vi por aqui. Sobral também teve seu momento esculhambado com dois prefeitos revezando-se no poder. Agora, Fortaleza assiste perplexa, a zona que virou o PSB, uma sigla acalentada por anos no colo de um velho cacique, Miguel Arraes, mas que deixou marcas profundas de democracia, mesmo não sendo seguidas à risca pelo neto governador de Pernambuco.
Com dois diretórios municipais, o PSB se iguala ao que há de pior na política nacional. Não pela honorabilidade de seus membros que não está em jogo nem sob foco aqui, mas pelo ridículo a que expõem a sigla, pela ferocidade com que se ataca adversários, física e moralmente, pela mais absoluta falta de civilidade política, uma arte até bem pouco exercida por pessoas que discutiam e brigavam muito, no campo das idéias. A idéia, aliás, de coronelismo, pensava eu estava fora das contendas. Esse negócio de mandar bater e arrebentar, deixou lesões ainda hoje feridas abertas entre famílias que se mataram ou militares e civis que se engalfinharam numa luta sangrenta como se viu nos dolorosos episódios destampados em 64.
De tudo isso sobra para o eleitor a certeza de que está entregue em mãos nada recomendáveis e que vão dar com os costados nas Justiças eleitoral e comum. Justiças por sinal em franca decadencia no Distrito FEderal onde o povo, ouvido em pesquisa disse que confia muito mais na Polícia Militar do DF do que na Justiça em sí.
Doloroso momento da vida nacional.

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