Eduardo Campos recebendo título de Cidadão do Crato.
“A disputa interna no PSB cearense extrapolou as raias da ideologia para entrar no campo da ética, a ponto de já não se saber quem é o detentor da verdade. Ontem, o presidente da sigla em Fortaleza, Sérgio Novais, levantou suspeitas sobre a existência de reunião em Brasília, na semana passada, entre nove membros da ala cidista do PSB e o presidente nacional da legenda, Eduardo Campos. Durante o encontro, Campos teria afirmado que não interviria na crise e que deixaria as instâncias locais do partido resolverem a situação de acordo com a vontade da maioria.
Segundo Novais, o próprio Eduardo Campos, que esteve ontem no Ceará para receber o título de cidadão do Crato, teria lhe dito que não participou da reunião – informação que foi duramente rebatida por um dos membros da corrente adversária a Novais, Rogério Pinheiro. Ele insinuou que a contradição teria sido inventada pelo opositor. “É muita ousadia querer desmentir uma comitiva de nove pessoas”, alfinetou Pinheiro.
O racha entre o clã Novais – chefiado por Sérgio e sua irmã, deputada estadual Eliane Novais – e o grupo contrário as posições tomadas por eles em relação ao governo Cid Gomes, acentuou-se há algumas semanas, quando decidiram marcar assembleia da executiva para tentar destituir o presidente da sigla em Fortaleza. Os insurgentes alegam que os Novais têm descumprido deliberações partidárias e utilizado o PSB de acordo com interesses políticos pessoais.
Ontem, durante a homenagem a Eduardo Campos no Crato, Sérgio e Eliane Novais marcaram colado no líder máximo do PSB, na tentativa de convencê-lo a interferir na disputa. Eles aproveitaram para entregar a Campos representação pedindo a suspensão do edital que convoca o partido a votar pela destituição de Sérgio na presidência. O chefe nacional da legenda teria folheado o documento, feito alguns questionamentos, mas evitou se posicionar sobre o problema, prometendo analisar os argumentos, sem dar prazo para resposta.
O grupo de Novais alega que a corrente adversária quebrou acordos políticos firmados em 2005 e 2009, que organizavam a correlação de forças dentro da legenda. A representação também aponta que Cid Gomes tenta controlar o partido a partir de ideologias que destoam das bandeiras históricas do PSB. O POVO tentou contato com Campos através de sua assessoria de imprensa, mas, até o fechamento desta edição, o telefone celular informado encontrava-se desligado.”
(O POVO)
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