Sem alarde, ministros do STF promovem no Congresso um lobby silencioso pela inclusão do reajuste salarial do Judiciário no Orçamento de 2012.
Alheio à pregação do Executivo, que invoca o risco de crise para negar a verba, o Supremo busca construir uma ponte direta com os partidos.
Congressistas da oposição mostram-se receptivos. E, para desassossego do Planalto, a simpatia pelo STF espraia-se também pelo governista PMDB.
Pelas contas da pasta do Planejamento, o aumento reivindicado pelo Judiciário sorveria das arcas do Tesouro R$ 7,7 bilhões.
A turma do Supremo contesta o uso de vocáculos como “aumento” e “reajuste”. Prefere falar de “reposição” de perdas inflacionárias.
De resto, argumenta-se que ninguém será intransigente a ponto de recusar um parcelamento. O que não se admite é o bloqueio da análise de alternativas.
A conversão do STF em ninho sindical, diria Lula, é coisa nunca antes vista nesse país.
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