RACHA - Salmito faz uma opção política, na opinião de Luizianne Lins

As críticas feitas pelo vereador Salmito Filho à prefeita e presidente estadual do PT, Luizianne Lins, parece que não abalaram a petista. Luizianne garantiu ontem, durante inauguração da nova Unidade de Atendimento Público, na sede da Empresa de Transporte Urbano de Fortaleza (Etufor), que recebeu com “naturalidade” a desfiliação do ex-petista. “Ele fez uma opção política. Eu não sou de perseguir ninguém. Isso é uma boa desculpa para estar abandonando um projeto partidário”, disse prefeita, acrescendo que, quando teve dificuldade dentro do PT em 2004, ano em que à revelia do partido se lançou candidata à Prefeitura de Fortaleza, seu intuito foi lutar para impor seus objetivos à legenda.
“Partido político é uma coisa séria. É uma construção importante. Não quero me manifestar. Se você sair, assuma suas responsabilidades e não jogue a responsabilidade na outra pessoa”, rebateu Luizianne. Na última terça-feira, ao anuncia sua desfiliação do PT e ingresso no PSB, Salmito acusou a prefeita de perseguição.
De acordo com ela, a questão do mandato parlamentar de Salmito será definida no âmbito do PT municipal, apesar de ser presidente estadual. Lins, porém, afirmou que a Executiva discutirá essa questão. Além de assegurar que não só o PT poderá pedir o mandato, mas o Ministério Público e os suplentes, apesar da Lei das Eleições considerar que o cargo é do partido, não do vereador. Já Justiça, pondera que o mandato é partidário, pois têm candidatos que não possuem votos válidos suficientes, acabam entrando com votos de legendas.

Mandato
Ao invés de querer tomar o mandato do vereador Salmito Filho, o PT deveria tentar contornar o problema fazendo algumas ações para que o parlamentar se mantivesse no partido. A sugestão é do deputado federal petista José Airton Cirilo, que confessou lamentar muito o vereador deixar a sigla petista para se filiar ao PSB. Ele reconhece que, de algum modo, Salmito contribuiu para deixar de ser a liderança dentro do partido como era antigamente, porque foi candidato, e foi eleito, à presidência da Câmara de Fortaleza sem entendimento com a prefeita Luiziane Lins. Mesmo assim, Cirilo acha que ele deveria ter tido incentivo para continuar no partido.
“Eu acredito que o Salmito encontra-se desconfortável dentro do PT, mas deixar o partido é um direito que ele tem para procurar, naturalmente, espaços políticos que lhe proporcionem mais bem-estar daqui para a frente”, analisa. O parlamentar assegura que a saída do vereador vai ser mais prejuízo para o partido.
O parlamentar acha que tomar o mandato do vereador é uma medida muito drástica, porque ele foi eleito pelo PT, mas votado pelo povo não só pelo partido, mas pela sua pessoa. “Acho que tem que haver o bom senso do partido para lutar para o Salmito continuar no partido e se isso não for possível deve deixar o mandato com ele”, reforça.

DISPUTA INTERNA
Sobre enxugar para cinco a lista de 13 pré-candidatos do partido à Prefeitura de Fortaleza, a prefeita disse que haverá uma reunião para iniciar este processo. Ela explicou que, no último dia 15, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, pediu um relatório sobre o andamento das discussões, no intuito de afunilar os nomes até dezembro. Porém, caso não haja consenso, em janeiro, segundo Luizianne, dará início às disputas internas para escolha de uma indicação. Ao final, Luizianne mandou um recado. Segundo ela, político vive metralhando outros partidários. Diferente disso, a prefeita afirmou que “o povo não espera baixaria, pois a grande política é feita em outro patamar”.
Os mais cotados na disputa, segundo lideranças petistas, são o deputado federal Artur Bruno, o presidente da Câmara Municipal de Fortaleza, Acrísio Sena, o coordenador de Articulações Política da Prefeitura, Waldemir Catanho, o secretário das Cidades, Camilo Santana – preferido do governador Cid Gomes -, e o vereador Guilherme Sampaio. (Laura Raquel, com colaboração de Rayssa Rocha e Tarcísio Colares)

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