Disputa pelo lugar de Ubiratan Aguiar parece eleição de gremio de colégio

Com votos ruralistas, Aldo desafia favoritismo de Ana

Sérgio Lima/Folha

Oito candidatos correm no páreo que oferece como prêmio a vaga que a aposentadoria do ministro Ubiratan Aguiar abriu no TCU.

Considerando-se o movimento das apostas, apenas dois concorrentes conservam vivas as chances de pôr a mão no troféu.

Empurrada por jóqueis tarimbados, a candidatura de Ana Arraes (PSB-PE) estaria hoje, à frente da de Aldo Rebelo (PCdoB-SP).

Além do filho Eduardo Campos, a torcida da deputada Ana reúne no hipódromo legislativo personagens como Lula e os tucanos Aécio Neves e Sérgio Guerra.

Ex-presidente da Câmara e ex-amigo de Eduardo Campos, Aldo Rebelo desafia o favoritismo da rival munido de um arreio sui generis.

Comunista de resultados, Aldo espera merecer da bancada ruralista o agradecimento pelo relatório que produziu na votação do Código Florestal.

Considerando-se o vaivém observado nas baias do PMDB, os desejos de Aldo podem se materializar em votos.

O partido do vice Michel Temer comparece ao páreo com montaria própria. Chama-se Átila Lins (AM) o candidato pemedebê à poltrona do TCU.

Pelas contas da direção do PMDB, já fugiram das rédeas algo como uma dezena de votos do pedaço ruralista da legenda. Trotam na direção de Aldo.

Como a bancada rural é suprapartidária, estima-se que movimento semelhante ocorrerá nas outras legendas.

A votação está marcada para esta quarta (21). A natureza do voto, secreto, faz do plenário da Câmara um ambiente propício à traição.

Com tantos figurões à sua volta, a eventual derrota de Ana Arraes converteria a deputada numa perdedora menor.

Não é por outra razão que Eduardo Campos troca os afazeres de governador de Pernambuco por viagens a Brasília semana sim, outra também.

Ana Arraes prega ‘um olhar realista’ do TCU. Humm?!

Ag.Câmara
Na briga pela poltrona de ministra do TCU, sinecura vitalícia de R$ 25 mil mensais, a deputada Ana Arraes (PSB-PE) tem visão peculiar sobre o controle das contas.

A mãe do governador pernambucano Eduardo Campos, seu mais aguerrido cabo eleitoral, anotou no twitter:

"Quando se trata da fiscalização de gastos, é preciso um olhar realista, considerando características de cada cidade."

Entre as sacrossantas atividades do TCU está a de controlar os bilhões que a Viúva entrega anualmente, por meio de convênios, aos municípios brasileiros.

Do ponto de vista do contribuinte, provedor da bilheteria, interessa que o TCU imponha, com máximo rigor: 1) respeito às normas. 2) punição aos larápios.

Tomada pelas palavras, a candidata a ministra parece sugerir uma trilha que conduz ao meio termo.

Filtradas pelo “olhar realista”, a correção das transgressões e a sanção aos desvios seriam dosadas segundo “as características” de cada filial do circo.

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