Dez anos dos ataques de 11 de setembro nos EUA

Em discurso nas homenagens do 11/09, Barack Obama cita Deus e guerras

Do UOL Notícias
Em São Paulo

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Foto 24 de 26 - O presidente Barack Obama e sua mulher, Michelle, observam memorial no Marco Zero ao lado do ex-presidente George W. Bush e sua mulher, Laura Mais Jim Young/Reuters

Dez anos após os atentados do 11/9, os Estados Unidos fazem uma cerimônia neste domingo (11) para lembrar as cerca de 3.000 vítimas dos ataques às Torres Gêmeas do World Trade Center. O presidente Barack Obama está na cerimônia ao lado do ex-presidente George W. Bush. Em rápido discurso, Obama lembrou o sofrimento das vítimas e citou Deus diversas vezes.

"Deus é o nosso refúgio e a nossa força. Não vamos ter medo", disse o presidente. "Mesmo que as águas sejam turbulentas, que hajam tremores, existe um rio que nos levará a cidade de Deus, ao lugar sagrado, Deus está lá, e isso nunca será removido. A nação sentiu ira, a terra derreteu, Deus está conosco, sabemos que o trabalho de Deus, sabemos que houve guerras, que há guerras, e sabemos que ainda sim Deus será sempre exaltado entre as nações", afirmou.

Assista discurso de Obama em homenagem às vítimas do 11/9Em rápido discurso, Obama lembrou o sofrimento das vítimas e citou Deus diversas vezes

Apesar das citações de Obama, a proposta dos EUA era retirar o caráter religioso do evento --eventos religiosos, inclusive, foram retirados das celebrações.

Como acontece anualmente nesta data, quatro minutos de silêncio marcam os momentos nos quais os dois aviões atingiram as torres e quando as duas desabaram: às 8h46, 9h03, 9h59 e 10h28, respectivamente. O prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, fez um pequeno discurso antes de anunciar o primeiro momento de silêncio.

Após o segundo minuto, Bush citou, em discurso, uma carta enviada pelo ex-presidente norte-americano Abraham Lincoln a uma mãe que perdeu cinco filhos na Guerra de Secessão (1861-1865). "Qualquer palavra pode ser fraca para falar sobre uma dor tão profunda, mas digo, como consolo, que eles morreram por uma República. Por esta razão, eu peço a Deus que reduza a sua dor."

Os nomes de todos os 2.983 mortos nos atentados são lidos por familiares das vítimas, que se revezam na leitura. Depois de encerrada a cerimônia, as famílias poderão pela primeira vez visitar o Memorial do 11 de Setembro, construído no Marco Zero, que será aberto ao público a partir de segunda-feira (12). Construído no lugar exato onde estavam as Torres Gêmeas, o memorial traz o nome de cada vítima inscrito em seu entorno.


Reforço na segurança

A semana que antecedeu o aniversário dos atentados foi dedicada a reforçar a segurança em todo o país, especialmente em Nova York, e a prever possíveis ameaças, uma delas detectada no final da semana e atribuída à Al Qaeda, segundo o Departamento de Segurança americano.

Passados dez anos do ataque e do início da guerra contra o terror liderada pelos Estados Unidos, os americanos se sentem menos ameaçados. Pouco mais de um terço dos americanos teme novos atentados terroristas como os de 11/9, com exceção em Nova York, onde 58%da população se diz muito ou bastante preocupada com um novo ataque nos próximos meses, segundo pesquisa realizada pela universidade de Connecticut.

As lembranças do 11/9 variam. Enquanto uns ainda choram a perda de amigos e familiares, outros relembram como escaparam dos ataques ou a sensação de medo vivida no dia. Por outro lado, para algumas famílias, o drama iniciado no dia 11 de setembro de 2001 não terá um ponto final, pelo fato de não haver qualquer sinal de 41% das pessoas mortas na destruição das Torres Gêmeas. Ainda hoje, cinco médicos-legistas tentam identificar 6.314 partes de ossos encontrados na zona do World Trade Center.

Homenagens no país

Homenagens em diversas cidades estão acontecendo neste domingo. O presidente americano Barack Obama está na cerimônia em Nova York e depois vai a Washington e Shanksville (Pensilvânia), onde o quarto avião desviado caiu no dia dos atentados.

Em Washington, Obama participa de uma homenagem no Centro Cultural Kennedy. A cerimônia estava marcada para acontecer na Catedral de Washington, mas o local foi interditado devido à queda de um guindaste. O evento incluirá, além de um discurso do presidente, apresentações de artistas como Patti Labelle e a meio-soprano Denyce Grave.

Além disso, diversas celebrações acontecem em outras cidades americanas, como corridas, exposições de fotos, corrente humana no sul de Manhattan, espetáculos de dança, concertos no Lincoln Center, na Times Square, em várias Igrejas.

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